10/24/2014

Um só Brasil

*Elson Araújo.

Na coluna dessa semana poderia “ir de outro tema”.  Sugeriram-me até  escrever algo sobre a Semana da Ciência e da Tecnologia,   mas como a eleição é no próximo domingo fica  difícil não deixar registradas algumas impressões  sobre esse momento histórico  vivido pelos brasileiros.  Essa, sem dúvida, é uma das mais disputadas eleições presidenciais já registradas no País.  A que chega mais perto da de agora, segundo os analistas políticos, é a de 1989, quando Lula enfrentou o hoje aliado Collor de Mello.

A eleição presidencial deste 2014  é atípica, e  por vários aspectos. Um deles é rapidamente percebido: nunca, desde que me entendo por gente, tivemos uma eleição “tão próxima da gente ” como  essa.

Próxima porque os eleitores se sentem sujeitos do processo e longe daquela  frieza de antigamente. Parece estranho, mas é como se a eleição para presidente fosse local com os candidatos sendo da nossa relação de amizade. Sinal disso é que  os partidários e simpatizante estão indo para as ruas em caminhadas, e carreatas; participam de debates nas praças, filas de banco, na panelada de cada dia, nos bares, escolas, faculdades, e o que é melhor, defendem com bons argumentos seus respectivos projetos.  Os elementos de defesa e ataque estão  sempre na ponta da língua.

A “vedete” dessa eleição, principalmente neste segundo turno, é a grande rede de computadores uma vez que é essa a responsável pela velocidade da distribuição da informação, e da contrainformação no universo virtual.   O eleitor que antes só contava como ferramenta para conhecer as propostas dos candidatos {a presidente} com a gélida da propaganda no rádio e na tv, tem hoje ao seu dispor uma infinidade de outras mídias  que além de envolver a todos, conseguiu o feito de aproxima-los dos disputantes.  Tudo é muito rápido. 

Melhor ter informação demais do que informação de menos, contudo, a  tarefa  decorrente desse  tsunami de informações virtuais advindas das mais diversas fontes  é filtra-las.  Como eleição é  literalmente uma guerra,  nada mais natural do  que analisar bem a informação, checar  a autenticidade da  fonte para que não sejamos induzidos a erro,  e olhe que  em muita gente falta senso critico e  muitos terminam entrando no efeito boiada ou no conhecido  “Maria vai com as outras”.

O envolvimento do eleitor no debate, a intimidade com os candidatos a velocidade da informação integram a parte positiva desse processo democrático da escolha do próximo presidente da república; o outro lado da moeda reside no “vale tudo”, para influir negativamente na vontade do eleitor.   Nesse quesito a equipe da atual presidente saiu-se muito na frente e  conseguiu com uma bem elaborada e pensada campanha midiática dividir o Brasil entre os reconhecidamente pobres e os  a quem  acusam de “ricos”. Mais do que isso, conseguiu inocular o vírus do ódio mútuo bem no meio.  

Além do ódio entre  classes, o ódio entre as diversas  regiões do País também já pode ser sentido por conta da  ardilosa propaganda eleitoral comandada pelos atuais ocupantes do Palácio do Planalto,  e tudo com claros fins eleitoreiros, ou seja, para tentar minar a crescente força  eleitoral do oponente que por sua vez foi obrigado a adotar o discurso da unidade nacional e tem feito isso muito bem.  

O grave em toda essa história é que a estratégia de dividir o País entre pobres, remediados,  e os  aparentemente ricos, para tentar ganhar eleição,  além  dos  reflexos eleitorais pode trazer consequências   pós-eleitorais,  inimagináveis, difícil até de se  prevê no momento.

Diante disso é preciso que se pense muito bem no País que queremos daqui para frente:  um País dividido pelo ódio entre as classes sociais ou um País unificado pela força do trabalho e da livre iniciativa com oportunidade para todos?

Domingo, 26, será  um dia “sagrado” para os brasileiros.  Mais uma vez vamos às urnas para eleger o presidente da República, e diante de tão importante momento não podemos perder de vista  a necessidade de   proteger a nossa  democracia de qualquer tipo de  ameaça,  não pela força, mas pelo direito constitucional ao  voto. 


Somos um só Brasil, uma só nação!

Postagem em destaque

Salário de concurso público aberto chega a R$ 27,5 mil no ES

--> Salário é para as 50 vagas para juiz do Tribunal Regional Federal. Outros dois concursos estão abertos com salários de até R$ ...