5/23/2016

EM DEFESA DO MARANHÃO


Elson Araújo

Uma causa para ser boa, para ser autêntica precisa ser relativamente despida de qualquer interesse pessoal. Relativa porque a única satisfação tem de ser a do dever cumprido e do, ou dos resultados coletivos  apresentados.

Criança e adolescente, idoso, meio ambiente, animais; pescadores, negros, índios, reforma agrária, educação, câncer; pena de morte, aborto, menor idade penal; contra  a corrupção;  causas nobres, e não tão nobres assim, e outras no aguardo de alguém que as empunhem.

Para defender uma causa é preciso acreditar e gostar realmente dela e estar disposto a usufruir dos bônus e dos ônus.  Vide a ativista brasileira  Ana Paula Maciel, do GreenPeace, presa por autoridades russas durante um protesto naquele País.  No caso dela o ônus foi a prisão, o bônus, o prazer  de ter seu grito ouvido no mundo inteiro, e depois como  efeito colateral,  faturar alguns milhares de reais sendo capa da Playboy em abril pretérito.

E o que dizer do  reacionário deputado federal carioca Jair Bolsonaro com sua pena de morte e sua verborragia a favor da volta do regime militar e as outras excrecências antidemocráticas? Oito mandatos de deputado federal conquistados com essas  nefandas bandeiras. Os mandatos são os bônus, o ônus, a ira da maioria dos brasileiros que não concorda com suas  esdrúxulas bandeiras. Diferente da ativista Ana Paula Maciel, em que pese o beneficio de ter faturado uma  grana da capa da revista, as causas do deputado carioca só beneficiam uma pessoa: ele mesmo.

Possuir uma bandeira  com olhos para o coletivo é algo, diria revolucionário, prazeroso e motivador; todo mundo deveria ter uma, duas, três ou mais.  “Umazinha só”, já seria importante.

Já passei dos 40 e desde que me dei conta de que havia nascido no Maranhão comecei a ouvir coisas horríveis do nosso bonito estado que assim ostentaria  os piores indicadores sociais do País com reflexos extremamente desfavoráveis nos índices de desenvolvimento humano da nossa gente.   Certo que, graças a Deus, não somos mais os piores dos piores, mas  precisamos avançar mais,  uma vez que  mudamos quase nada. Continuamos na rabeira do desenvolvimento.

Nesse período em que me entendo por gente  a “bandeira” da mudança só tem sido hasteada em períodos eleitorais,  depois cai no esquecimento para  só reaparecer na eleição seguinte.

Minha tese é de que a bandeira da mudança, da transformação, tem de ser assumida pelo povo e não apenas, por uns poucos, em períodos de eleição. Assumida, seja numa atitude responsável e diária de quem deseja uma sociedade justa, livre e fraterna.

Nós, maranhenses, deveríamos, entre tantas outras, empunhar essa causa e a ela soltar apenas quando de fato o Maranhão começar a se transformar, mas uma transformação de verdade.  O bom é que não é difícil se apaixonar pela boa causa do Maranhão e dele nos orgulharmos; defende-lo, sempre que for preciso.


Passa da  hora de cada um  hastear  e empunhar a  bandeira do Maranhão e dela só largar quando a transformação real começar a  acontecer.

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