2/25/2018

OLHAR PRA FRENTE



Roberto Rocha, senador da República

Cada diagnóstico que se publica sobre o Maranhão realça o tamanho do desafio que nós maranhenses teremos que enfrentar para colocar o Estado numa trajetória virtuosa de desenvolvimento sustentável. 

Recentemente o Tribunal de Contas da União –TCU realizou um tremendo esforço de compilação de dados das auditorias feitas pelas suas Secretarias de Controle Externo, em cada um dos nove estados nordestinos, com o objetivo de apontar os principais problemas e desafios da Região. 

Esse repertório de desafios identificados no estudo foi associado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que constam da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). O resultado foi um opulento estudo que fornece um diagnóstico, disponibilizado para os governos aperfeiçoarem suas políticas públicas.

Buscou-se, como fez a ONU, projetar um olhar até o ano de 2030, portanto daqui a 12 anos, o que não é um horizonte tão longo. Pelo menos não deveria ser, para quem tem responsabilidades e compromisso com o povo.

No caso do Maranhão, o TCU mapeou os índices sociais, destacando que somos o Estado com a menor renda per capita do país, muito abaixo da média nordestina e inferior à metade da média nacional. Justo o Maranhão, o Estado que Celso Furtado dizia ser “o Paraná do Nordeste”, tamanhas suas vantagens naturais frente a nossos vizinhos. Temos água em abundância, temos terras férteis, temos energia, ventos, sol o ano todo. O que nos falta?

O TCU dá uma pista quando conclui, em seu relatório que “O Estado do Maranhão não dispõe de plano estratégico de desenvolvimento com visão de longo prazo”. 

Dito assim, com todas as letras, pelo Tribunal de Contas da União, coincidentemente presidido por um maranhense. Como definir prioridades, como consolidar políticas, como dar garantias a investidores se não se sabe que rumo tomar? Infelizmente nossa cultura política teima em olhar pelo retrovisor e não é capaz de formular consensos mínimos com o olhar no para-brisa.


O TCU deu um passo importante ao reconhecer nossas deficiências, ao ir muito além de sua responsabilidade de avaliar a conformidade e a legalidade dos gastos, buscando também enxergar a sua qualidade. E talvez seja o caso de incluir como um valor dessa qualidade a capacidade de projetar os efeitos desse gasto para o futuro. Olhar para a frente, para não ficar refém do passado.



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