-Ah, quando jovem, o Olímpio era um homem muito bonito, justo e
destemido, e que sempre gostou de
proteger quem gostava- As palavras são de
Ildenê Herênio ao tentar definir o primo Olímpio Bandeira, esse jovem senhor que neste 11 de Junho
completa 90 anos de uma prolífera vida.
A beleza exaltada pelo Dona
Ildenê, no sentido amplo, ao longo dos anos, foi desaparecendo, ou melhor, dividida genética, e generosamente entre os
filhos, netos e bisnetos, e portanto, permanece evidente na suas descendência,
já o destemor e o sentimento de justiça continuam intactos e bem presentes no “jeito Olímpão de ser”.
O nome Olímpio é de origem
grega, e significa “consagrado a Zeus” o
deus dos deuses do Olímpo, a montanha mais alta da Grécia e, segundo a mitologia, morada de
12 deuses- Zeus, Hera, Poseidon,
Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.
O Seu Olímpio, nos dias de
hoje poderia ser comparado a essa montanha sagrada da Grécia, só que no caso dele, abrigo de 13
sagradas criaturas, seus filhos: Olimpinho, Pedro, Manoel, Nelson;
Otília, Zilma, Vilma Hilma, Dirlete, Dilma, Marlete, Dirlene e Arlete todos muito bem cuidados pela “sacerdotisa” Domingas
Bandeira, sua companheira por 63 anos
e 23 dias e que já partiu para o Oriente Eterno.
Seu Olímpio, Tio Olímpio, ou
Olimpão, como também costuma ser chamado pelos amigos mais chegados, como já foi
dito, pode ser comparado ao sagrado Monte
Olimpo, mas bem poderia encarnar o jeito
de ser de qualquer um dos deuses gregos filhos daquela montanha.
Não soaria estranho ser ele
assemelhado a Posseidon, o deus dos mares, o deus das águas. Como Posseidon, Olímpio
não dominou “os sete mares” mas domou
por muitos anos, debaixo de sol, garoas e chuvas tempestuosa as bravias corredeiras dos rios amazônicos por
onde arriscava sua imortalidade para
assim extrair com a força dos
seus braços as Curimatãs, Pacus, Surubins, Piabanhas, Sardinhas; Mandis, Jaús, Pirararas,
filhotes, Cachorras e Piranhas, espécimes
da então farta ictiofauna desse lado do Brasil,e que ajudaram a criar seus 13 filhos.
Mitologia grega à parte, Olímpio
Bandeira chega aos 90 como testemunha da história da cidade que lhe viu
nascer e crescer junto com ela. Uma história construída com suor, às vezes
lágrimas. Uma história construída com determinação, no peito, na raça e no braço e que hoje seus amigos e familiares têm o prazer de
comemorar.
Os versos de Tim Maia, na
belíssima Azul da Cor Mar, se encaixam com perfeição no que o Olimpão poderia dizer hoje para todos seus amigos, familiares e
admiradores.
“Ah,
se o Mundo inteiro me podesse ouvir
Tenho
muito pra contar
Dizer
o que aprendi”
Fica aqui o registro das felicitações
dos membros da “Confraria do Seu Olímpio” ao ilustre aniversariante do
dia.