A advogada Eloísa Samy Santiago, acusada de participar de atos violentos em protestos no Rio de Janeiro, está no Consulado-Geral do Uruguai para pedir asilo político. Investigada pela operação firewall, da Polícia Civil, ela faz parte de um grupo de 23 ativistas que tiveram prisão preventiva decretada, por associação criminosa, pela 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (18/7).
A informação foi divulgada pelo
Instituto de Defensores de Direitos Humanos, organização não governamental da
qual Eloísa faz parte. Segundo a entidade, o objetivo da advogada é conseguir o
asilo para defender-se, em liberdade, das acusações que são feitas pelo Ministério
Público. Ainda de acordo com o IDDH, policiais militares estão cercando a área
do consulado, que fica na zona sul do Rio.
“Liberdade já”
Em vídeo publicado no YouTube, a advogada afirma que é perseguida política, “sendo criminalizada pela minha atuação na defesa dos direitos de manifestação. Fui denunciada pelo crime de formação de quadrilha armada com outras 22 pessoas — algumas das quais sequer conhecia”.
Em vídeo publicado no YouTube, a advogada afirma que é perseguida política, “sendo criminalizada pela minha atuação na defesa dos direitos de manifestação. Fui denunciada pelo crime de formação de quadrilha armada com outras 22 pessoas — algumas das quais sequer conhecia”.
“Como advogada, não pude me omitir
quando assisti a diversas violações que considero fundamentais: ao direito de
moradia, à liberdade de manifestação do pensamento, à dignidade humana”,
acrescentou.
“Esse processo ameaça não só meus
direitos como cidadã brasileira, mas, também, como ser humano. Consciente dos
direitos que me são assegurados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
desde 1948, é alarmante que ainda hoje o fantasma do fascismo ronde nossas
instituições. Jamais cometi qualquer ato que infringisse a lei, mas estou sendo
vítima das forças coercivas do estado, exatamente por defender pessoas que se
ergueram e foram às ruas para protestar contra as ilegalidades cometidas por
ele próprio.”
“Quem atua na ilegalidade é o Estado.
A democracia é regra e nos pertence. Temos o direito de defender nossas ideias,
nossos desejos de transformação, para fazer o Brasil ir além. Liberdade já,
anistia já para todos os presos políticos”, conclui Eloísa. Com informações
da Agência Brasil.