10/30/2021

CENAPA X AZUL, ADVOGADO FALA SOBRE AÇÃO MILIONÁRIA CONTRA A EMPRESA AÉREA


O Centro de Assistência Profissionalizante ao Amputado e Deficiente Físico de Imperatriz-CENAPA, ajuizou  ação coletiva contra empresa área Azul, que teria impedido advogada cadeirante Ivanice Cândido de embarcar num voo São Luís Imperatriz.  O caso aconteceu dia 13 de Agosto de 2021, com enorme repercussão nas redes sociais. 

A advogada tem uma doença  rara chamada Esclerose Lateral Primária (ELP) que ocasionou a sua deficiência e necessidade de uso de cadeira de rodas)   e como mencionada teria sido impedida de embarcar no voo da linha aérea Azul no aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado na cidade de São Luíz- MA, por estar com uma cadeira de rodas motorizada que OBEDECIA aos padrões exigidos pela ANAC para viajar, no entanto, na ocasião a deficiente física foi humilhada por funcionários da companhia aérea e impedida de viajar

Além do caso da advogada maranhense, o Cenapa  encontrou diversos outros casos de constrangimento contra pessoas com deficiência  em voos da Azul.

Veja entrevista concedida sobre a ação pelo advogado Marlom Reis, um dos patronos da causa. 

Até agora  empresa ainda não se pronunciou sobre o assunto.


10/27/2021

Associação de Pessoa com deficiência propõe dano coletivo de 50 milhões de reais contra Azul Linhas Aéreas*

Marlon Reis, um dos advogados da causa 

*Sediada em Imperatriz, sudoeste do Maranhão, o Cenapa propõe ainda que a empresa pare de discriminar pessoas com deficiência em todos os aeroportos do país*

 

Sediada em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, a Associação de Pessoas com Deficiência do Centro de Assistência Profissionalizante (CENAPA) quer o fim das ocorrências de atos de preconceitos e discriminação contra a pessoa com deficiência em todos os aeroportos do Brasil, segundo a entidade, protagonizadas pela Azul Linhas Aéreas.

A associação ainda pede que a empresa seja condenada ao pagamento de indenização, por dano moral coletivo, no valor de R$ 50.000.000,00 a ser revertido a um fundo do qual participam o Ministério Público e representantes da comunidade e que se destina à reconstituição dos bens lesados.

A Ação Civil Pública (ACP), que tem como um dos patronos o advogado e ex-juiz de direito Marlon Jacinto Reis, (um dos idealizadores da lei da ficha limpa) foi protocolada no Foro Regional II, de Santo Amaro, na Comarca de São Paulo (SP), na quinta-feira, 21. Assinam também a inicial, os advogados Railene Fonseca de Sousa, Rafael Martins Estorilio, Ana Letícia Nepomuceno Léda, Frederico Nepomuceno Léda e Matheus Sales de Oliveira.

O advogado Marlon Reis é o mesmo que ajuizou ação similar contra a rede de supermercados Carrefour, no caso de discriminação racial que acabou no assassinato do jovem negro João Alberto Silveira Freitas, numa das unidades da rede, em Porto Alegre –RS, em novembro de 2020. A ação resultou na assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC) no valor R$ 115 milhões de reais para ações de combate ao racismo.

Desta vez, o móvel da ação foi o caso da advogada imperatrizense Irenice Cândido Lima. Cadeirante, a advogada, que sofre uma doença degenerativa, no dia 13 de agosto deste ano foi impedida de embarcar numa aeronave da Azul num voo São Luís/Imperatriz.  Na ocasião, a companhia alegou questões de segurança para adotar o procedimento. Ela podia embarcar, mas sem a cadeira. O caso ganhou as redes sociais e alcançou grande repercussão.

                                         Dra Ivanice, cadeirarante,  impedida de embarcar 

Nas redes sociais Irenice declarou que sua cadeira de roda (motorizada) obedecia aos padrões exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), mesmo assim teria sido humilhada por funcionários da companhia área e impedida de viajar.

O episódio com a advogada gerou até o texto de uma lei. De autoria do deputado federal Rubem Jr (Pc do B-MA), e em tramitação na Câmara dos Deputados, o novo diploma legal criminaliza atos, como o que sofreu a advogada no Aeroporto Cunha Machado, na capital do Maranhão.  

A Cenapa, antes de propor a ação, fez um amplo levantamento e descobriu diversos casos, em outros estados, em que pessoas com deficiência sofreram na pele situação igual, ou parecida com a da advogada Irenice Cândido.  Foi por isso, pela amplitude nacional dos casos, que segundo Marlon Reis, foi escolhida a Comarca de São Paulo para a proposição da ação. “ Poderíamos escolher qualquer capital, mas o escritório escolheu São Paulo por ser sede da empresa demandada” explicou o advogado.

Para Marlon Reis a associação imperatrizense, presidida atualmente pelo cadeirante João Batista Silva Santos, entra no circuito nacional ao discutir um problema, na sua opinião gravíssimo, que é a dificuldade que a pessoa com deficiência, em todo País, vem enfrentando com companhia aérea azul, que diante dos fatos levantados na inicial, não vem cumprindo com a imposição legal dos cuidados necessários para com as pessoas com deficiência.

Na síntese da demanda a associação autora requer a reparação do dano moral coletivo infligido pela empresa a todas as pessoas com deficiência física que utilizam seus serviços no Brasil, em razão do tratamento, para a Cenapa, desumano e discriminatório, e ainda a obrigação da empresa instituir medidas de não discriminação e treinamento de pessoal para atender às necessidades das pessoas com deficiência usuárias de seus serviços.

A Cenapa, foi constituída em junho de 2000, como sociedade civil de duração indeterminada e sem fins lucrativos ou econômicos. A entidade reúne pessoas com deficiência e atua na implementação de medidas para obter melhorias na condição de existência de seus associados. É conhecida nacionalmente pelo incentivo ao esporte, notadamente o basquete sobre rodas com vários títulos conquistados Brasil afora.

Até o momento a Azul ainda não se pronunciou publicamente sobre a ação movida pelo Cenapa o que deve ocorrer, como é de praxe, assim que for citada pela Justiça e tomar conhecimento formalmente da demanda.

 

 

 

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