Nesta entrevista, o
primeiro prefeito reeleito da história de Imperatriz fala dos trabalhos,
parcerias e desafios que contribuíram para a ascensão da cidade
Desde que assumiu a responsabilidade de conduzir a
prefeitura de Imperatriz, segunda maior cidade do Estado, o prefeito Sebastião
Torres Madeira sempre frisou a necessidade parcerias com o governo federal,
governo estadual, judiciário, legislativo, iniciativa privada e comunidade de
modo geral. Segundo Madeira é impossível um gestor trabalhar sozinho. E foi
nessa concepção que ele destaca ter conseguido concretizar trabalhos que
destravaram a economia da cidade. Ao longo dos oitos anos de gestão, foram
feitas parcerias com o governo federal, e o resultado foram milhares de casas
do Programa Minha casa Minha vida entregues à população carente do Município.
Com o governo do Estado, trabalhos expressivos melhoram a
infraestrutura e mobilidade urbana da cidade. O Programa “Mais Asfalto” foi uma
das parcerias que proporcionaram aos imperatrizenses mais qualidade no
trânsito. Com o Judiciário, tem como exemplo o Conservatório de Música – obra
gigantesca, que vai beneficiar milhares de crianças que estão em situação de
vulnerabilidade social. A obra está em fase de finalização.
A cidade tem se
destacado nos indicadores de desenvolvimento humano. No período entre 2009 e
2015 recebeu reconhecimento e certificações, como a redução da taxa de
mortalidade infantil. Além disso, em 2015 foi eleita pela revista ISTOÉ como
uma das 50 melhores cidades do país. Foi destaque - com o 4º lugar na
categoria “Indicadores Sociais e Desenvolvimento Humano”- no ranking feito pela
Revista ISTO É em parceria com Austing Ranking. Realizado entre 5.565
municípios brasileiros o trabalho reconheceu as práticas de gestão no âmbito
municipal. Com o levantamento foi possível mapear o nível socioeconômico dos
municípios de todos os estados brasileiros.
Em 2016 Imperatriz recebeu pela segunda vez consecutiva o
Selo Unicef – um dos maiores prêmios de reconhecimento de políticas públicas para a infância. Em
resumo, o primeiro prefeito reeleito da segunda maior cidade do Maranhão afirma
que foi preciso parcerias com a iniciativa pública, privada e com a comunidade
para que a cidade crescesse e se desenvolvesse.
Prefeito,
desde o início da sua gestão, o senhor sempre afirmou acreditar em parcerias
nas esferas públicas e privadas para destravar a economia, crescer e
desenvolver a cidade. Neste sentido, em oito anos de gestão o que o senhor
acredita ter mudado no cenário político e econômico de Imperatriz?
Quando me candidatei
em 2008, eu fiz um compromisso com a cidade, de que ia destravá-la. Depois de oito
anos eu considero que isso foi feito. Imperatriz foi definitivamente destravada.
Empresas vieram. A maior delas é a Suzano. Mas muitas outras também vieram
junto. A economia de Imperatriz triplicou. O PIB que era de dois bilhões de
reais, hoje passa de seis bilhões. A renda per capita de Imperatriz era menos
de 10 mil reais. Atualmente gira em torno de 25 mil reais. Acidade se organizou
no trânsito, na infraestrutura, no social, na saúde e educação, enfim, em todas
as áreas. Então eu acredito que cumpri minha promessa de entregar Imperatriz
melhor do que recebi. Para fazer isso eu busquei parcerias com a iniciativa
privada, com o governo federal e estadual. Busquei parcerias com todos. E o
resultado disso é uma Imperatriz muito melhor.
O
cenário econômico brasileiro afetou a todos os pequenos e grandes municípios do
país. Como foi governar em plena crise com redução de recursos federais e
estaduais.
Eu governei Imperatriz
em duas fases. Uma ascendente – período de 2009 quando vultosos investimentos
foram atraídos para a cidade – depois em 2014 teve uma fase meio paralisada e
2015 e 2016 uma fase muito decrescente de receita. Eu sempre administrei no
limite. Quando tinha mais recursos eu fiz mais obras. Mas eu estava sempre no
limite. Quando diminuíram os recursos eu diminuí o ritmo de obras, mas não
diminui os investimentos na área da saúde, na área social, funcionalismo
público e funcionamento da cidade. Quando pude eu fiz grandes investimentos.
Quando não pude, diminui e mantive apenas
os investimentos de parcerias com o governo federal e governo estadual.
E nesse
período como foi sua relação com o funcionalismo público?
Foi boa. Quando
assumimos, a administração da cidade era muito pequena. Tinha um concurso feito
pelo prefeito anterior. Nós chamamos todos e logo fizemos um novo concurso.
Hoje entre 90 e 95 por cento dos funcionários da prefeitura de Imperatriz são
concursados. Quando eu assumi apenas os professores ganhavam ticket
alimentação. Nós ampliamos esse benefício para todos os servidores. Nesses oito
anos de gestão nunca atrasei o salário em um único dia. Esse mês de dezembro o
governo federal atrasou em 20 dias o repasse, mesmo assim no sexto dia o
dinheiro estava na conta dos servidores. Minha relação com os funcionários
sempre foi de muito respeito. Por vezes fui desrespeitado por uma pequena
minoria de sindicalistas, mas suportei e busquei dar o meu melhor.
Entre
os grandes investimentos qual o senhor gostaria de ressaltar?
Nós fizemos na
infraestrutura uma transformação na região do bairro Cafeteira, Parque
Amazonas, João Castelo. Fizemos 250 quilômetros de asfalto de ruas e avenidas.
Fizemos um grande complexo esportivo, o Barjonas Lobão. Fizemos um grande
trabalho na área social, com o programa habitacional. Este sem dúvida foi um
dos investimentos de maior repercussão social. Resultado das parcerias que
fizemos com o governo federal. Nós entregamos quatro mil residências, ou seja,
quatro mil famílias que antes gastavam uma parte substancial da renda com
aluguel, hoje essas famílias são beneficiadas com o programa “Minha Casa Minha
Vida” pagando prestação de no máximo cem reais.
Ainda tem mais 4920 casas que serão entregues agora em 2017.
Ao fazer
uma análise do período de 2009 a 2016 é perceptível o desenvolvimento econômico
da Imperatriz. Em plena crise é possível identificar grandes oportunidades em
geração de emprego e renda na cidade. Empresas como Valmet, Suzano, Ceuma,
Matsuda e várias construtoras se instalaram em Imperatriz. A prefeitura
garantiu incentivos para atrair esses investimentos?
Logo no início do meu
governo, nós preparamos e enviamos para a Câmara de Vereados um projeto de
desenvolvimento para a cidade. Dando incentivos para atrair empresas de fora e
incentivos para as empresas daqui. No
projeto a prefeitura deu incentivos, como isenção de ITBI e isenção de IPTU por
um período longo. Devido a esses estímulos muitas empresas vieram e se instalaram
na cidade e geraram milhares de oportunidades de emprego. E em paralelo
potencializaram a economia local.
Prefeito
gostaria que o senhor citasse os trabalhos realizados no Município que, em sua
opinião fortaleceram o seu compromisso com a população?
Durante nossa gestão
entregamos mais de 15 mil títulos definitivos de propriedade. Criamos uma
secretaria para regularizar as propriedades, cujos donos não possuíam quaisquer
documentações que comprovassem posse. Na área social, recebemos elogios referentes
ao modo como cuidamos das crianças desprotegidas e também dos idosos, além do
apoio na segurança alimentar. Em parceria com o judiciário nós desenvolvemos o
projeto da construção do Conservatório Municipal de Música (único no estado)
que atenderá milhares de crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade
social. Na área da saúde fizemos grandes investimentos, ampliamos o número de
leitos de 200 para 450, compramos novos equipamentos para os postos e para os
hospitais. As UTIs passaram de 10 para 30 e reduzimos a jornada de trabalho dos
profissionais da saúde.
Na infraestrutura
temos realizado diversas obras para melhorar a mobilidade. Fizemos um amplo
investimento na iluminação pública da cidade. A secretaria de Agricultura tem
dado apoio para os pequenos produtores da região. Na educação nós já garantimos
construção e reformas de escolas. Então, acredito que todos os serviços que
realizamos sem dúvidas foram desafios que melhoraram a cidade. Esse sempre foi
nosso objetivo. A redução na taxa de mortalidade infantil também é uma grande conquista
para nossa cidade.
Sobre a
melhoria da mobilidade urbana de Imperatriz. Que balanço o Sr faz dos trabalhos
realizados na infraestrutura?
Em termos de
mobilidade urbana, quando assumi a prefeitura Imperatriz tinha 54 mil veículos.
Hoje se aproxima de 140 mil com as mesmas ruas e o trânsito flui. Então através
da secretaria de Trânsito nós fizemos um grande trabalho de organização. Uma
das grandes preocupações desde o início da minha gestão foi garantir mais
segurança no trânsito da cidade. Tanto que hoje temos alto investimento em
novas sinalizações. Implantamos 80 conjuntos de semáforos nos principais
cruzamentos da cidade. As Avenidas Dorgival e Santa Tereza são exemplos das
sinalizações horizontais que utilizamos como estratégia para melhorar a fluidez
e reduzir o número de acidentes. Na infraestrutura fizemos parcerias com o
governo do Estado e conseguimos asfaltar 250 quilômetros de ruas e avenidas. Os
moradores dos bairros São Salvador e Parque Amazonas hoje vivem uma nova
realidade. Por intermédio de parcerias asfaltamos e sinalizamos ambas as
localidades.
Imperatriz,
pela segunda vez consecutiva recebeu o Selo unicef como forma de reconhecimento
aos trabalhos que promoveram políticas públicas voltadas a infância. No seu ponto de vista, qual o maior impacto
dessa certificação para o Município?
O reconhecimento que
a cidade recebeu é um reflexo de todo o trabalho que a prefeitura se empenhou
em realizar ao longo da gestão. Sobre o premio é motivo de comemoração e afirmo
que a certificação do Selo Unicef significa um grande avanço social; Isso por que
a gestão municipal além de manter programas, serviços, ações e projetos para a
criança e o adolescente, também se prontificou a cumprir ações indicadas pelo
Selo Unicef reforçando seu compromisso em melhorar a vida de crianças e
adolescentes, fortalecer a gestão municipal e reduzir as desigualdades
sociais”.
Prefeito
enquanto gestor, como o senhor gostaria de ser lembrado pelos imperatrizenses?
Gostaria de ser
lembrado como um prefeito que se dedicou totalmente à cidade. Um prefeito que
acima de amizade, acima de companheirismo e acima de parentesco viu o bem
público. Tanto que algumas pessoas me dizem – Madeira você foi um bom prefeito,
mas foi um péssimo amigo e um péssimo companheiro porque não facilitou a vida
dos teus amigos – e eu vejo isso como um elogio porque fui eleito para
administrar para todos, não para meus parentes ou para meus amigos e meus
colegas. Gostaria de ser lembrado como o
prefeito que esteve cima disso, sempre pensando no bem público e que fez a
cidade mudar e se desenvolver.
Eva
Fernandes/ASCOM