O serviço é uma
parceria entre a Prefeitura e a Faculdade de Imperatriz.
O cirurgião
bucomaxilar e professor universitário Leônilson Gaião, informou ontem pela
manhã que desde que fora implantado em
Imperatriz, no início deste ano o serviço de reparação de fissura
labiopalatina, conhecido nessa região, por 'beiço rachado', já beneficiou dezenas de pacientes. Conforme o cirurgião são realizadas todo o
mês no Hospital Municipal (Socorrão) cerca de 15 cirurgias.
Leônilson Gaião
“ Há mais de 250
pacientes cadastrados. O número só não é
maior porque muita gente ainda não sabe que existe, gratuitamente, esse
tratamento em Imperatriz” informou Leônilson Gaião,, ressaltando que o
apoio da Prefeitura tem sido fundamental
para a implantação e manutenção desse tipo de procedimento na cidade.
Gaião informou ainda
que o contato inicial para que busca esse tratamento é feito no
Centrinho, entidade formada por uma
equipe multidisciplinar, localizada no Hospital Escola da Faculdade de
Imperatriz-FACIMP- parceira do projeto, localizada na Rua Ceará 1135, Nova
Imperatriz.
Essa unidade de atendimento
de saúde bucomaxilar
contar com sete salas de atendimento (psicologia, nutrição,
serviço social, fonoaudiologia, cirurgia, odontologia e caso novo). Neste
espaço atende o grupo multidisciplinar, formado por assistente social,
nutricionista, cirurgião bucomaxilofacial, cirurgião plástico, fonoaudióloga,
psicóloga e ortodontistas e odontopediatras, junto com uma grande equipe de
estagiários.
Na verdade esse tipo de
cirurgia reparatória é realizada em Imperatriz desde 2007, contudo foi
implementada esse ano depois da
formalização da parceria entre a Facimp
e a Prefeitura por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde.
Conceição Madeira
A secretaria de saúde Conceição Madeira disse ontem que essa é um tipo de parceria de um alcance
social extraordinário e que proporciona satisfação a qualquer gestor já
que trata-se de um serviço que muda para sempre a vida de uma pessoa.
Sobre a
deformidade
O lábio leporino é uma abertura na região do lábio
e/ou palato do recém-nascido, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas
na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação.
As fissuras podem ser unilaterais ou bilaterais e
variam desde formas mais leves como cicatriz labial ou úvula bífida
("campainha" dividida) até formas mais graves, como as fissuras
completas de lábio e palato. As fissuras podem deixar o canal oral em contato
com o nasal.
Em cada 650 nascimentos no Brasil, uma nasce com
fissura labiopalatal. Uso de álcool ou cigarros, a realização de raios-x na
região abdominal, a ingestão de medicamentos, como anticonvulsivantes ou
corticoide, durante o primeiro trimestre gestacional, deficiência nutricional,
além da hereditariedade.
Com a alteração da anatomia da face, há maior risco
das crianças aspirarem o alimento provocando infecções como otites e
pneumonias. As otites podem causar prejuízos no desenvolvimento da fala e
linguagem.
As anemias também são frequentes nas fissuras
labiopalatais normalmente solucionáveis com uma dieta balanceada e sulfato
ferroso.
CONHEÇA MAIS SOBRE O CENTRINHO
Em 2007, um grupo de professores do Curso de
Odontologia da Faculdade de Imperatriz, preocupado com o número de pacientes
portadores de fissuras labiopalatinas da Região Tocantina que buscavam o
Hospital Escola, constituíram a Associação Maranhense da Alegria, uma entidade
sem fins lucrativos que buscou parcerias para o atendimento destes pacientes.
Sua concepção foi devida à demanda de pacientes
carentes que não conseguiam realizar seus tratamentos, ou os realizavam
parcialmente, nos centros de referência existentes, mas com acesso limitado,
devido à necessidade de transporte aéreo, nem sempre custeado pelo setor
público.
As parcerias foram sendo consolidadas com a
Faculdade de Imperatriz, a Associação Brasileira de Odontologia, a Secretaria
Municipal de Saúde e a Smile Train (Associação Americana que dá suporte a
serviços semelhantes em todo o mundo).
Uniram-se profissionais voluntários ou custeados
pelos parceiros, além de vários estagiários de Odontologia, que prestaram
atendimento durante estes seis anos nas
dependências do Hospital Municipal de Imperatriz, do Hospital Escola e da ABO
Imperatriz.
Mas faltava um espaço exclusivo para este
atendimento. Por isso, uniram-se esforços e foi criado o Centrinho Imperatriz.
Estima-se que apenas metade das crianças que nascem
com este problema no Brasil consiga realizar os procedimentos cirúrgicos
iniciais.