7/13/2024

O MARCO ZERO E O CENTRO HISTÓRICO DE IMPERATRIZ

 


 

ElsonMAraujo

 

Imperatriz, cidade pulsante entre os ecos do nordeste e os sussurros da Amazônia Legal, necessita urgentemente reconciliar-se com sua história. Não que haja guerra, mas uma negligência silenciosa, uma desídia que aos poucos vai apagando traços de um passado rico. A história dessa cidade vibra nas águas do Rio Tocantins, nos vestígios da cobertura florestal que ainda resiste, nos artefatos arqueológicos milenares diligentemente coletados pelo incansável professor Luís Pereira Santiago. Pulsa também no que resta do cerrado, nas corredeiras dos riachos quase mortos, nas nascentes sufocadas pelas construções.

Os caminhos de Imperatriz são sagrados, permeados pelas memórias de setentões, oitentões,  nonagenários e uns poucos centenários que aqui nasceram e permanecem para contar as histórias de uma cidade que viu crescer e se transformar.

É confortante saber que, ao longo das décadas, sempre houve aqueles que se empenharam em manter viva a memória de nossa gente e nossos feitos. A professora Carlota Carvalho, em seu brilhante "O Sertão, subsídio para a história e a geografia do Brasil", dedicou algumas linhas à então Vila Nova da Santa Teresa da Imperatriz. Sousa Lima, o primeiro filho da terra a escrever um livro, nos presenteou com o romance indigenista "O Tupinambá". Embora ficção, a obra nos permite viajar pela geografia da região do final do século XIX e início do século XX

Edelvira Marques, nossa historiadora mater, trouxe-nos "Eu, Imperatriz", o primeiro livro publicado na cidade, uma fonte primária que narra os primórdios de uma Imperatriz pujante, que no dia 17 de julho completará 172 anos de fundação.

Muitas outras obras de cunho histórico vieram depois, cada uma recolhendo fragmentos do nosso passado. Um salve a Adalberto Franklin, Edmilson Sanches, José Herênio, Domingos Cezar e Ribamar Silva, este último autor de um importante obra sobre a história política da cidade, tendo como fonte a Câmara Municipal de Imperatriz que será lançada antes do final do ano.

Ainda há muito a ser resgatado, catalogado e perpetuado para as futuras gerações. Percebo um enorme abismo histórico na alma da cidade, e, nesse aspecto, a Academia Imperatrizense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico desempenham papel crucial, ajudando a resgatar preciosas pílulas da nossa história perdida.

E ao mudar de assunto, e permanecer no mesmo. Nas médias e grandes cidades, é comum a população vivenciar um processo natural de imersão histórica diante de monumentos que remetem a fatos significativos. Em Imperatriz, temos um centro histórico inexistente, erroneamente chamado de "cidade velha". São ruas e construções como a Igreja Matriz de Santa Teresa, a Escola Santa Teresinha, o Colégio Governador Archer, o antigo convento onde hoje funciona a APAC, a Casa da Criança, a Academia Imperatrizense de Letras, o Mercado e a Igrejinha do Bom Jesus. Este conjunto urbano guarda a memória do pouco que ainda resta de nossa história.

Defendo que, dentro dos limites que a legislação permita, formalizemos o Centro Histórico de Imperatriz com o que ainda subsiste.

Na semana passada, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, sugeriu a possibilidade de presentear a cidade com seu Marco Zero, uma bandeira levantada pelo acadêmico José Herênio e que chegou à Câmara Municipal por meio do vereador Ademar Freitas Júnior.

Herênio,  aos 97 anos, com uma lucidez extraordinária, é autor de "Imperatriz, uma vovozinha de cem anos", onde ele, entre outras revelações históricas vividas  faz alusão à data perdida da cidade, a da emancipação política, ocorrida em abril de 1994. Ele aponta a Praça da Meteorologia (UNIMED) como o Marco Zero da cidade, o ponto de partida da primeira rua e das primeiras casas.

O Marco Zero pode ser  a centelha  para que a cidade conceba o tão necessário Centro Histórico de Imperatriz, um marco para o resgate e a preservação de sua rica e vibrante história.

 

6/17/2024

LANÇAMENTO: CONSCIÊNCIA CÓSMICA

 


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5/14/2024

LEI ÁUREA, 136 ANOS


Depois das leis Eusébio de Queirós (1850) que proibia o tráfico negreiro, Dos Sexagenários ou Lei Saraiva -Cotegipe (1885) que libertava os escravos com 60 anos de idade ou mais, e Ventre Livre (1871) que dali em diante determinava que as mulheres escravizadas dariam à luz apenas a bebês livres, dia 13 de Maio de 1888 a então princesa regente do Império do Brasil Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon e Bragança, assinava, e fazia a todos dela tomar conhecimento, a Lei que extinguia oficialmente com a escravidão no Brasil.

 Essa conquista histórica, ocorrida há 136 anos, é um marco da luta contra a desumanização e a exploração de um povo.

A Lei, com apenas dois artigos, colocava a termo no País, depois de mais de 300 anos, uma das maiores desgraças praticadas contra um povo na história da humanidade, com consequências reais até os dias de hoje.

 

A CORAGEM DE ISABEL

Em um contexto de forte resistência da elite escravocrata, que via seus interesses ameaçados pela perda da mão de obra escrava, a assinatura da Lei Áurea por Isabel representou um ato de enorme bravura.

 As circunstâncias que levaram a filha de Dom Pedro II Isabel enfrentar a elite econômica do País , que obviamente se posicionava contra a libertação do povo escravizado, ainda são objeto de estudo mas, não se pode deixar de reconhecer o pulso forte da princesa, mesmo sabendo que tal decisão custaria , dali um ano seis meses, a queda da Monarquia, com proclamação da República.

 Mulher preparada e bem orientada, ela não agiu infantilmememte. Sabia que a elite escravocrata não aceitaria aquela ousadia de bom grado e viria pra cima do governo com "gosto de gás" . E não deu outra: veio a reboque da libertacao dos escravos o golpe militar incentivado pela elite econômica daquele tempo que derrubou o governo Imperial.

Pelos relatos dos historiadores não deve ter sido fácil a decisão da princesa devido às fortes pressões desses senhores de escravos, que cientes do inevitável que estaria por vir, se movimentavam para receber do Império uma possível indenização pelos "prejuízos" financeiros que teriam com a emancipação dos escravos negros.

 Historiadores como Marcos Costas (História do Brasil para quem pressa) especulam que se o Império tivesse acenado com a pretendida indenização, a queda de uma Monarquia numa nascente nação onde já sopravam os ventos republicanos, teria ocorrido de qualquer jeito, mas bem lá na frente e não um anos seis meses depois da Lei Àurea.

 Não teve indenização nenhuma. Isabel optou por defender a liberdade e justiça. Numa linguagem bem maranhense foi para cima e fez o que outras nações, como a Inglaterra já tinham feito. Deu fim à escravidão no território brasileiro.

 Passados 136 anos desde aquele maio de 1888, quando foi oficialmente extinta a escravidão, seus efeitos na sociedade brasileira ainda são complexos e duradouros. A falta de políticas públicas de integração dos ex-escravos à sociedade livre, a persistência do racismo estrutural e a negação de direitos básicos à população negra geraram profundas desigualdades que ainda hoje marcam o país. Um enfrentamento diário.

 

5/03/2024

Jornal O progresso 54 anos, narrador incansável da história de Imperatriz


 

ElsonMAraujo

 

No pulsar da vida imperatrizense, embalado pelos ventos gerais, que já circulam pelos quatro cantos da cidade, um guardião, filho ilustre do empreendedorismo e da visão de futuro, se destaca, entrelaçado à própria trama histórica da cidade, do Maranhão e do Brasil   hoje aniversaria.

Há mais de cinco décadas, mais precisamente há  54 anos, o Jornal O Progresso ergue-se como testemunha ocular, narrador incansável dos acontecimentos que marcam  nosso tempo e ajudam  a moldar a  arquitetura da nossa história. Desde sua fundação, em 3 de maio de 1970, pelo ímpeto visionário de José Matos Vieira e a maestria do jornalista Jurivê Macedo, este periódico transcendeu o papel de mero veículo informativo, transformando-se em um monumento vivo da imprensa interiorana brasileira.

Nas páginas deste diário, entrelaçam-se as vozes dos que construíram e tecem a história de Imperatriz. O nome de Jurivê Macedo ressoa como um farol de lucidez, guiando não apenas os leitores, mas a própria essência do jornalismo regional. Sob sua pena, as crônicas, notadamente as políticas, ganharam vida, capturando a alma da cidade e eternizando-a em tinta e papel.  Não por acaso   essa vivência  jornalística/literária  o eternizaram, anos depois,  como um dos fundadores da Academia Imperatrizense de Letras (AIL)

Contudo, a jornada do Progresso não se restringe ao passado glorioso. Sob a égide do advogado Agostinho Noleto, brevemente, e agora sob a batuta firme de Sérgio Nahuz Godinho, o legado da imparcialidade e da relevância se perpetua. O jornalismo ali praticado e consagrado, é mais que um ofício; é um compromisso com a verdade e com a preservação dos pilares democráticos.

E é nesse compromisso que o Jornal O Progresso se ergue como um baluarte da liberdade de expressão e da democracia. Em um país onde a informação tem se tornado moeda de troca e a verdade se torna fugidia, esta instituição se mantém firme, oferecendo não apenas as notícias do dia, mas também um espaço sagrado para a expressão literária. A cidade que acaba de ganhar  a “maioridade democrática”  com direito de eleger o prefeito em dois turnos, também pode se orgulhar de ser uma das poucas cidades do País, a ter um jornal impresso  diariamente.

A Academia Imperatrizense de Letras, agraciada com o acervo histórico do jornal desde os seus primórdios, encontra ali não apenas registros de eventos, mas fragmentos da própria identidade cultural da região. É a convergência entre o factual e o artístico, entre a crônica do cotidiano e a poesia da alma, que torna o Jornal O Progresso um símbolo incontestável do poder da imprensa em uma sociedade democrática.

Neste 3 de maio, celebremos não apenas o aniversário de uma publicação, mas o legado de uma instituição que transcende o papel e a tinta, erguendo-se como um farol de luz e verdade em meio à tempestade da desinformação.

Que o Jornal O Progresso continue a brilhar, iluminando os caminhos da nossa história e da nossa consciência cívica.

Tenho orgulho de ao longo dos anos ajudar e a fazer parte desta bela e rica história.

Parabéns,

Vida longa a O Progresso!

4/29/2024

UMA GRANDE ÁRVORE CHAMADA IMPERATRIZ



ElsonMAraujo

 

Pelas saudáveis provocações da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI), pela primeira vez na história não passou em brancas nuvens o aniversário da elevação de Imperatriz, de vila para cidade.

As provocações ganharam ainda mais força pelo fato dos idos cem anos da lei, assinada pelo presidente do Estado Godofredo Mendes Vianna, que em 22 de abril de 1924, transformou a pequena vila na hoje pujante Imperatriz.

Foram poucos os eventos e raríssimas manifestações. No saguão da Prefeitura houve um pequeno encontro, com pouquíssimos espectadores. A Assembleia de Deus promoveu uma celebração especial no Templo Central, e a Câmara Municipal, por iniciativa do vereador e historiador Carlos Hermes, e convocação do presidente da casa vereador Alberto Sousa, uma reunião solene com diversas autoridades. Menos da metade dos 21 vereadores atendeu ao chamamento, mas valeu a inciativa, que acabou sendo a mais importante das citadas. Tratou-se de um rico reencontro da cidade com uma parte esquecida da nossa história.

A   data da elevação faz parte do capital histórico do município, mas, nunca comemorado. É que com o passar dos anos ganhou força mesmo, a não menos importante data da fundação, 16 de julho de 1852. Tenho uma teoria passa esse fato. O fundador Frei Manoel Procópio, segundo os registros históricos, não se limitou a fundar a povoação. Por aqui ele passou 20 anos cumprindo o papel religioso, sem, no entanto, deixar de lado a militância política. Esse ativismo do padre, deve ter ajudado a consolidar o 16 de Julho, como a “data da cidade” .

Se o 24 de abril não fora definitivamente esquecido e acabou celebrado, ainda no modo acanhado, pela primeira vez, justiça seja feita; deve-se à insistência de acadêmicos como Edmilson Sanches, membro da AIL e também do IHGMA e do IHGI de Imperatriz, que sempre que a ocasião permitia lembrava desse até então relegado fragmento histórico da nossa cidade.


Neste 2024 do centenário, tanto a AIL, quanto o IHGI, as duas casas de cultura histórica literária mais importantes desta banda do Maranhão têm gerado debates, textos e palestras sobre o tema.

Destaco aqui, mais uma vez, o acadêmico Ribamar Silva, que nas suas pesquisas encontrou até copia da lei que   nos elevou à categoria de cidade, e hoje é um especialista no assunto. Tanto, que lançou uma espécie de desafio para os historiadores que se interessam pelo tema, que é levantar, encontrar documentos sobre algum movimento levado a efeito pela elite política/econômica daquele tempo para convencer o então governador Godofredo Vianna da elevação de Imperatriz de  Vila,  para cidade.

Tarefa difícil, pois não há, porque segundo Ribamar Silva,  não existiu.  A cidade só foi saber da boa nova muito depois. Tendo sido apanhada de surpresa.

Como não há documentos que demonstrem algum movimento em torno da luta pela elevação de Imperatriz à categoria de cidade, seguindo o curso dos acontecimentos que marcaram a povoação desde sua fundação cabe especulações ou teorias.

O próprio Ribamar Silva tem a sua.  Ele acredita que possivelmente a presidência do Estado tinha alguns critérios para tal iniciativa.

“Possivelmente quando determinada povoação atingia um certo número de habitantes ganhava esse direito” especula o pesquisador, que recorda que no mesmo ano também foram elevadas à categoria de cidade as vilas de Carutapera, São Francisco e Icatu.

Naquele tempo estimava-se que a população total de Imperatriz era 9.331 habitantes, dos quais residiam na área urbana cerca de mil pessoas.

Eu também tenho a minha teoria. A vila já tinha uma determinada movimentação econômica tendo as águas do Rio Tocantins como indutoras da economia local, inclusive com a exportação de mão de obra para os castanhais do Pará. Na nossa beira do rio já havia uma grande movimentação comercial e certamente, apesar das dificuldades de comunicação, o governo da época tinha conhecimento disso. Sendo assim, pelo número de habitantes e pelo que a cidade já movimentava economicamente não havia outro caminho a não ser a elevação.

A apatia politica de 2024 é muito distinta dos anos de 1852 até por volta de 1872, anos marcados pelo forte ativismo político do religioso Manoel Procópio, cujos registros históricos comprovam que permaneceu por aqui por 20 anos. E não ficou quieto; tanto que, a militância junto a outras lideranças políticas que aqui surgiram, como Amaro Bandeira, resultou em 1856 na Lei Provincial 398, que elevou a povoação à categoria de vila com a denominação de Vila Nova da Imperatriz, desmembrado do município de Chapada, atual Grajaú.

Na época dele havia uma disputa política entre A Vila Nova da Imperatriz e Porto Franco, e pela Lei Provincial 524/ 1859, a sede da Vila foi transferida para a sede daquela.

Procópio e os de sua época, continuaram com o ativismo político e conseguiram, por meio da Lei Provincial 631/1862, a transferência da sede da Vila de Porto Franco para Imperatriz até que 62 anos depois, a nossa Imperatriz foi elevada á condição de cidade com a denominação de Imperatriz, pela  pela Lei Estadual n.º 1.179, de 22-04-1924

Manoel Procópio, evidentemente não estava mais entre nós, pois faleceu na Bahia em 1886, com mais de 70 anos mas,  deve teria ficado orgulho com a semente que plantou, gerou frutos e se tornou a grande árvore, que hoje é nossa querida Imperatriz.

 

4/20/2024

IMPERATRIZ: CEM ANOS DE ELEVAÇÃO POLÍTICA, UMA DATA ESQUECIDA

Nesta segunda-feira, 22, a cidade completa cem anos que deixou a categoria de vila e foi elevada á categoria de cidade

ElsonMAraujo

 

Os historiadores da cidade ainda não conseguiram encontrar documentos que revelem as circunstâncias que levaram o então presidente do Estado do Maranhão Godofredo Mendes Vianna a sancionar a lei 1179/24 que elevou à categoria de cidade a Vila Nova da Imperatriz.  A elevação à categoria de cidade teria sido obra do acaso? A elite da vila teria levantado algum movimento que provocasse a caneta do governador?

O acadêmico e pesquisador Ribamar Silva, membro da Academia Imperatrizense de Letras e do Instituto Histórico de Imperatriz (IHGI) nos últimos meses tem se dedicado ao tema, e diz que não. Pelos documentos pesquisados até agora, segundo ele, não há nada que aponte a existência de uma luta política nesse sentido,  tendo os munícipes sido apanhados de surpresa

A escritora Carlota Carvalho na sua obra O Sertão, subsídio para história e geografia do Brasil, obra lançada, no Rio de Janeiro em 1924, mesmo ano da emancipação política de Imperatriz reforça essa tese.  Na parte da obra dedicada ao “Portal da Amazônia ela, além de não mencionar nada a respeito da emancipação ainda critica duramente a elite política/empresarial da época. Cita nomes como Honório Fernandes Primo, Antônio Chaves, Coriolano de Sousa Milhomem, Félix Alberto Maranhão, Emiliano Herênio Alvares Pereira; José Lopes Teixeira,  Doroteu Alves dos  Santos, e Manoel Herênio Alvares Pereira e ao final escreve:

 “Ninguém, porém, há procurado desenvolver a instrução, aumentar os conhecimentos humanos e elevar a altura e moral do povo”.

É dessa forma que Carlota Carvalho define comportamento da elite da cidade do período da emancipação da cidade. Tema desconhecido ou, por causas ainda desconhecidas fora propositalmente esquecido por ela?

A certidão de nascimento da cidade é de 22 de abril de 1924, um ano, e acordo com o calendário gregoriano bissexto, assim como o 1852, ano da fundação pela carmelita Frei Manoel Procópio. Essa particularidade tem algum significado, assim como o fato de 2024, ano do centenário também ser bissexto? Acredito que não mas, não deixa de ser uma tremenda coincidência.

“Tudo ocorreu sem nenhuma festividade, sem solenidade alguma, ao que se sabe, não foi estourado nenhum rojão em comemoração deste fato histórico da maior importância para a povoação fundada pelo frade carmelita frei Manoel Procópio do Coração de Maria. Talvez por isso mesmo, historicamente , essa data tenha sempre passado em brancas nuvens” comentou Ribamar Silva.

Como não há documentos que demonstrem algum movimento em torno da luta pela elevação de Imperatriz à categoria de cidade, seguindo o curso dos acontecimentos que marcaram a povoação desde sua fundação cabe especulações ou teorias  O próprio Ribamar Silva tem a sua.  Ele acredita que possivelmente a presidência do Estado tinha alguns critérios para tal iniciativa.

“Possivelmente quando determinada povoação atingia um certo número de habitantes ganhava esse direito” especula o pesquisador, que recorda que no mesmo ano também foram elevadas à categoria de cidade as vilas de Carutapera, São Francisco e Icatu.

Naquele tempo estimava-se que a população total de Imperatriz era 9.331 habitantes, dos quais residiam na área urbana cerca de mil pessoas.

Eu também tenho a minha teoria. A vila já tinha uma determinada movimentação econômica tendo as águas do Rio Tocantins como indutoras da economia local, inclusive com a exportação de mão de obra para os castanhais do Pará. Na nossa beira do rio já havia uma grande movimentação comercial e certamente, apesar das dificuldades de comunicação, o governo da época tinha conhecimento disso. Sendo assim, pelo número de habitantes e pelo que a cidade já movimentava economicamente não havia outro caminho a não ser a elevação.

Bem, são especulações e teorias estando o espaço aberto para os pesquisadores da história da região. Por enquanto, a conclusão a que se chega é que a elevação de Imperatriz ao patamar de cidade não contou com nenhuma manifestação das forças políticas\empresariais daquele tempo. Talvez essa ausência de luta  explique  o porquê de Imperatriz ser  uma das únicas cidades do Maranhão que entre as datas magnas, historicamente, celebra a da fundação, 16 de julho de 1852, e não da emancipação política.

Ao longo dos anos  o 22 de abril tem sido lembrado por historiadores e pesquisadores da cidade.  O jornalista e pesquisador Edmilson Sanches cita a data na Enciclopédia de Imperatriz, e sempre que o momento requer, nas suas palestras, também lembra a data esquecida.  O jornalista Coló Filho, de O Progresso, é outro que, uma vez ou outra, chama a atenção para essa página esquecida, ou deixada de lado, da história da terra fundada pelo Frei Manoel Procópio.

A ex-vereadora Mary de Pinho , já falecida, chegou a apresentar e aprovar um projeto de lei pelo qual a data passaria a ser comemorada, mas tal proposição acabou sendo esquecida.

Desde o ano passado que nas quatro linhas da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI), que o resgate desse recorte  da  História de Imperatriz  tem sido um tema permanente. A ideia é não deixar mais que a cidade a esqueça.

 EVENTOS

Pelo menos dois eventos induzidos por essa inquietação histórica\acadêmica   movimentarão Imperatriz nos próximos dias.  Na segunda-feira, dia 22, às 19h por iniciativa do vereador\historiado Carlos Hermes, haverá uma plenária especial para celebrar a data. No dia seguinte, 23,   no mesmo horário, no Templo Central da Assembleia de Deus,  com a participação de 125 congregações , com a presença dos membros  e autoridades da cidade, haverá uma celebração especial.

 

FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DE  IMPERATRIZ

 

Elevado à categoria de vila com a denominação de Vila Nova da Imperatriz, pela Lei Provincial n.º 398, de 27-08-1856, desmembrado do município de Chapada atual Grajaú. Sede no atual distrito de vila nova da Imperatriz. Constituído do distrito sede.


Pela Lei Provincial n.º 524, de 09-07-1859, transfere a sede de vila Nova da Imperatriz para a povoação de Porto Franco.


Pela Lei Provincial n.º 631, de 05-12-1862, transfere novamente a sede para Vila Nova da Imperatriz.


Elevado à condição de cidade com a denominação de Imperatriz, pela Lei Estadual n.º 1.179, de 22-04-1924.



 

4/19/2024

No aniversário de 33 anos, AIL ganha do Governo do Estado pintura nova A equipe da Agemsul já concluiu a obra

A equipe da Agemsul    concluiu a obra

 A Academia Imperatrizense de Letras (AIL) é patrimônio cultural e imaterial do Estado do Maranhão, reconhecimento feito pela Assembleia Legislativa do Maranhão por intermédio do então deputado Professor Marco Aurélio. Neste mês, dia 27, a AIL faz aniversário. São 33 anos promovendo a cultura literária de Imperatriz e região. 

Numa parceria com o Governo do Maranhão o prédio do sodalício, construído na década de 1950, ganhou ainda na gestão do então governador Flávio Dino uma reforma geral sem que fossem afetadas suas históricas linhas arquitetônicas que a distingue como uma das mais belas construções da chamada “cidade velha”.

A parceria com o Governo do Maranhão continua. Agora,  em seu aniversário de 33 anos por intermédio da Agemsul- Agêmcia Metropolitana do Sudoeste Maranhense - órgão representativo do governo na região, o Governo do Estado volta a apoiar a Academia com a pintura da fachada, que já estava corroída pela ação do tempo.  O serviço foi concluído esta semana.


O atual presidente da Agemsul, o ex-prefeito do município de Buritirana ,
 Vagtônio Brandão disse que a inciativa da reforma da pintura da fachada da AIL surgiu depois de uma visita ao sodalício e uma conversa com a atual diretoria, presidida pelo acadêmico Raimundo Trajano Neto. Depois disso, , uma a equipe da Agemsul esteve na AIL fez o levantamento das necessidades e o serviço já vai vai ser entregue, antes mesmo da data do aniversário, no próximo dia 27

“Só temos a agradecer ao Governo do Maranhão, pelo apoio de sempre.  Seja na realização da nossa feira do livro e agora por garantir, por meio de seu representante na região Vagtônio Brandão, a reforma da pintura da nossa casa” declarou Raimundo Trajano.

“O Governo Carlos Brandão, tem demostrado um apreço muito grande por Imperatriz, que é polo de toda uma região. E uma dessas demonstrações tem sido o apoio à cultura, a ponto de manter por aqui uma superintendência regional e ser um dos parceiros de sempre do Salão do Livro. Esse gesto com a AIL significa, portanto, mais uma demonstração   do carinho por esse importante casa das letras” comentou o presidente da Agemsul.

 

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