É preciso certo
equilíbrio quando nos deparamos, ou simplesmente paramos um pouco para tentar
compreender a rotina global de atrocidades, vistas em tempo real que atualmente
predomina no mundo. Horrorizamo-nos com as cruéis execuções sumárias
patrocinadas pelo “estado islâmico”, mas também causa-nos horror as execuções,
não menos sumárias, protagonizadas pelas milícias nos morros e favelas Brasil
afora.
Imaginava-se, e eu integrava essa
corrente, que com o passar dos tempos aquela passagem em Mateus 24:12-13 que
diz: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará”, nunca
se cumpriria. Minha crença era de que o amor entre os homens só aumentaria e a
solidariedade se tornaria algo natural, típico da rotina humana.
Infelizmente, não é com isso que nos deparamos todos os dias.
Essa semana, num dos meus reencontros
com a professora Maria Luísa, que no último dia 17, completou 81 anos, ela lembrava
no decorrer e no contexto do papo sempre construtivo, que na sua juventude as
pessoas ainda tinham “medo do diabo, ou melhor, medo de ir para o inferno
se viesse a praticar alguma maldade.
Pensando bem, ao observar os acontecimentos do dia-a-dia
das cidades do Brasil e mundo adentro, chega-se facilmente a essa conclusão: o
diabo deixou de meter medo nas pessoas e para essas, o inferno não existe; o
inferno é a luta pela sobrevivência não tendo a menor importância os meios
utilizados para tal.
O efeito colateral dessa crença é que, se não acredita no diabo, logo, não se acredita no inferno, e consequentemente na “punição Divina”; Deus, a antítese do mal, também vai ficando distante, e ao se autoafastar do sagrado o amor filéo relacionado à família e aos amigos, que une os homens em solidariedade e fraternidade, vai morrendo aos poucos. E se esse amor morre, rompe-se a barreira do bem e o mal passa a prosperar. Então, matar, roubar, estuprar, torturar e outros verbos típicos tornam-se atividades normais, executadas sem remorso ou qualquer tipo de culpa.
O efeito colateral dessa crença é que, se não acredita no diabo, logo, não se acredita no inferno, e consequentemente na “punição Divina”; Deus, a antítese do mal, também vai ficando distante, e ao se autoafastar do sagrado o amor filéo relacionado à família e aos amigos, que une os homens em solidariedade e fraternidade, vai morrendo aos poucos. E se esse amor morre, rompe-se a barreira do bem e o mal passa a prosperar. Então, matar, roubar, estuprar, torturar e outros verbos típicos tornam-se atividades normais, executadas sem remorso ou qualquer tipo de culpa.
Nesse prisma, uma conclusão que nos causa medo: entramos
num processo contínuo e perigoso de embrutecimento. As coisas do mundo evoluem,
a tecnologia avança e nos surpreendem a cada dia, e na contramão de tudo isso
deparamo-nos com um processo virulento de “involução humana” com o ter a cada
dia se sobrepondo ao ser, e isso, já é visível, tem tornado os “novos homens”
mais cruéis e sem nenhuma espécie de pudor ou barreiras.
Tá aí uma preocupação a mais para as famílias do agora e
do futuro que sonham com filhos melhores amanhã. Acredito que ainda há tempo de
mudar os rumos, e as regras desse jogo mortal.