Entre
as décadas de 1960 e 1970, do século
passado, quando o termo “ célula tronco” ainda era pouco ou quase nem mencionado no Brasil , em Grajaú, interior do Maranhão, o
médico e frei Franciscano Alberto
Beretta (1916-2001) já desenvolvia uma
técnica de tratamento para diversos tipos de doença a partir do uso da placenta,
que hoje se sabe, é largamente usada pela ciência
em pesquisas com células tronco, esperança de tratamento para inúmeras enfermidades.
As células-tronco, também
conhecidas como células estaminais, são indiferenciadas (não possuem uma função
determinada) e se caracterizam pela capacidade de se transformar em diversos
tipos de tecidos que formam o corpo humano.
“ Até paralítico ele fez
andar com suas injeções de placenta”
recorda o funcionário da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), antiga Sucam,
Joaquim de Jesus. Ele diz que não
chegou a conhecer o médico/frei, mas
quando foi trabalhar em Grajaú se
deparou com a fama dele . “ Na
cidade o que se falava é que vinha gente
até de outros países se tratar com o Frei Alberto” conta.
Joaquim de Jesus, " até paralítico o frei fez andar"
Antes de cair doente e
voltar para a Itália ( morreu em Bergamo,
Itália, em 10 de agosto de 2001) o religioso confiou a formula a auxiliares
mais próximos, portanto esse trabalho médico realizado na
época, certamente em condições adversas
no mundo pode ser considerado um elo perdido das pesquisas com células
tronco e se houver interesse dos cientistas brasileiros pode ser resgatado
podendo auxiliar nas diversas pesquisas sobre o tema em andamento em todo
mundo.
Segundo Joaquim de
Jesus, em Imperatriz reside um auxiliar
de farmácia que por dez anos trabalhou com o Frei Alberto “ o nome dele é João
Ramiro, trabalha na Farmácia Santa Mônica” informou.
SOBRE CÉLULAS TRONCO.
As células tronco podem ser
encontradas em diversas partes do
corpo humano porém, são mais utilizadas para fins medicinais as células de
cordão umbilical, da placenta e medula óssea. Pelo fato de serem retiradas da
próprio paciente, oferecem baixo risco de rejeição nos tratamentos médicos.
No caso da placenta, utilizada pelo Frei Alberto nas
décadas de 60 e 70 do século passado em
Grajaú, de acordo com a enciclopédia
virtual Wikipédia, é órgão endócrino importante na gravidez, envolvida na
produção de diversos hormônios entre eles o
gonadotropina coriônica, lactogênio placentário (somatomamotropina
coriônica), bem como os esteróides, estrogênios, progesterona e hormônios
neuropeptídicos semelhantes aos encontrados no hipotálamo (hormônios
hipotalâmicos).
As pesquisas com células
tronco teriam começado oficialmente no
início do século 20 com os alemães Hans
Spermann e Jacques Loeb. Fazendo,
inicialmente, experiências com embriões
de sapos e rãs, eles viram que, quando as duas primeiras células do embrião são
separadas, elas podem dar origem a dois girinos completos – esse processo, que
eles induziram artificialmente, também acontece na natureza: é o caso dos
gêmeos idênticos.
Passados os anos hoje os pesquisadores afirmam que graças ao
desenvolvimento da chamada terapia celular, com células tronco, será possível,
nas próximas décadas restaurar células nervosas, ajudar na regeneração de
órgãos como fígado e o coração e até a chegar á cura do diabetes tipo 1 e de
doenças degenerativas como o Alzheimer.
O Frei Alberto, segundo
relatos dos grajauenses mais antigos,
parece que já sabia de tudo disso
e durante anos, curou muita gente nas
barrancas do Grajaú.