12/26/2024

Anjos não tiram Férias! A Tragédia da Ponte de Estreito: Luto, Reflexão e a Fragilidade da Vida

 


ElsonMAraujo

No calendário das nossas vidas, o final de ano é um tempo marcado por contrastes. Enquanto muitos se entregam ao descanso merecido, outros mergulham no trabalho redobrado e nas festas típicas do período. É um tempo em que a esperança se mistura ao cansaço e, para os que têm fé, ao cuidado invisível dos anjos da guarda. Aprendi cedo, nas aulas de catecismo, a repetir uma oração que ainda me acompanha:

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém.”

Mas, nesse frenesi de fim de ano, mesmo os anjos parecem sobrecarregados. Não por desatenção, mas porque as imprudências humanas somadas à negligência com o que é público criam um cenário onde o acaso não é tão acidental assim.

Os jornais estampam histórias que poderiam ser evitadas, como o desastre de Teófilo Ottoni, em Minas Gerais, ou, mais perto de nós, o colapso da ponte sobre o Rio Tocantins, ligando Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO). Essa última tragédia deixou um rastro de dor e indignação.

Uma Tragédia Anunciada

Os moradores já avisavam: a ponte, construída nos anos 60, apresentava sinais evidentes de deterioração. Nas redes sociais, vídeos denunciavam fissuras e ferragens expostas, clamando por uma intervenção que nunca veio. Poucos minutos antes da estrutura desabar, um vereador da região gravava, incrédulo, o estado deplorável da ponte. E então, como que ao vivo, testemunhou o que todos temiam: o colapso.

Por milagre – ou esforço dobrado dos tais anjos – um ônibus com mais de 40 passageiros escapou por um triz de ser tragado pelas águas. As imagens que circulam mostram rostos tomados pelo alívio, lágrimas de agradecimento e orações em coro. Ainda assim, a tragédia deixou marcas profundas, com vidas ceifadas e outras marcadas pela dor.

Culpa de Quem?

Responsabilizar os anjos seria irônico, quase absurdo. Eles fizeram o que puderam. Mas e nós? E as autoridades que, cegas por conveniências ou simplesmente pela apatia, ignoraram os alertas? Essa tragédia não é obra do acaso, mas fruto da negligência. Como bem diz o jargão jurídico, trata-se de uma tragédia anunciada.

Os culpados têm nomes e cargos. A ponte, mais que uma estrutura física, era um elo vital entre duas cidades, duas realidades. O desabamento escancarou não apenas o descaso com a infraestrutura, mas também a falta de empatia por aqueles que dependem dela para viver.

Lições em Meio ao Luto

No meio da dor, o que fica? Reflexões. A tragédia da ponte de Estreito nos lembra da fragilidade da vida e da necessidade de responsabilidade. Não basta ter fé nos anjos ou confiar em forças divinas. É preciso agir. Exigir que quem tem o poder cumpra o seu papel. Cuidar do que é de todos como se fosse nosso – porque é.

As famílias enlutadas precisam de amparo, e os sobreviventes, de coragem para seguir adiante. Que a memória das vítimas não seja apenas um número em estatísticas frias, mas um alerta para que nunca mais fechemos os olhos para o óbvio.

Anjos podem não tirar férias, mas nem eles conseguem proteger-nos de tudo. Cabe a nós sermos zelosos uns com os outros. Afinal, como nos ensinam as preces da infância, é preciso rezar, mas também agir.

Que este final de ano seja menos de lamentações e mais de transformações.

 

12/13/2024

Rildo Amaral: Entre o Renascimento e o Desafio

 


ElsonMAraujo

Às expectativas de mudanças no campo pessoal, nesse derradeiro mês de 2024 em Imperatriz, somam-se as esperanças em torno da nova gestão municipal. O cargo de prefeito, esse mandato passageiro, oferece no máximo oito anos de oportunidade, segundo as regras vigentes. É tempo suficiente para marcar uma gestão como amada ou odiada, ou ainda ser esquecida pela indiferença do tempo. Durante o mandato, o imprevisível pode surgir, mas cabe ao gestor decidir como pretende ser lembrado: como um líder que inspirou ou apenas mais um ocupante temporário do poder.

Há quase oito anos, Imperatriz vivia essa mesma expectativa: a promessa de um novo ciclo político e administrativo que transformaria a cidade. Mas o atual gestor não conseguiu traduzir as intenções em legado. Por mais que tenha acumulado acertos, eles não ressoaram no imaginário popular. O sentimento predominante é de indiferença: uma despedida sem saudade. E, como reza a tradição, "rei morto, rei posto".

No dia 1º de janeiro de 2025, um novo prefeito ocupará o Palácio Renato Moreira. Com um trunfo considerável, Rildo Amaral chega respaldado por apoios nas esferas estadual e federal. Contudo, quem vive a realidade da gestão pública sabe que alianças não garantem milagres. Os desafios estão na linha tênue do LIMPE — os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência que regem a administração pública, um caminho onde erros não são facilmente perdoados.

Rildo Amaral, veterano do legislativo como vereador e deputado, estreia no executivo com a energia que sua juventude promete. Assim como seu antecessor, carrega o frescor de um início, mas sabe que, em Imperatriz, não basta ser jovem: é preciso ser estratégico. A cidade, que  o saudoso Chico Brasil chamava de "gigante pela própria natureza", já não caminha sozinha. Os tempos exigem uma costura política complexa, que una crescimento e desenvolvimento — dois conceitos que, historicamente, têm andado em descompasso por aqui.

O desafio é duplo: montar uma equipe comprometida e equilibrar as demandas urgentes da população com projetos de longo prazo. Rildo não terá o luxo de errar. Imperatriz é uma cidade exigente e, ao mesmo tempo, resiliente. A oportunidade de governá-la é rara, mas a cobrança será implacável. A promessa de fazer a cidade "renascer" ecoa como um voto de confiança e uma responsabilidade inescapável.

Que ele aproveite o momento, escreva uma nova página na história da cidade e honre a fé que Deus e o povo depositaram em suas mãos. Imperatriz precisa mais do que esperança: precisa de ação, transformação e, acima de tudo, resultados que a façam, finalmente, crescer e prosperar juntas. Que assim seja!

 

Postagem em destaque

Salário de concurso público aberto chega a R$ 27,5 mil no ES

--> Salário é para as 50 vagas para juiz do Tribunal Regional Federal. Outros dois concursos estão abertos com salários de até R$ ...