Segundo a Agência
Nacional de Águas, desde 2015, a bacia do rio Tocantins enfrenta condições hidrometeorológicas
desfavoráveis, com vazões e precipitações abaixo da média. Em função disso,
conforme aquela autarquia, aquele ano foi
o que apresentou as menores vazões no
rio Tocantins registradas desde o início das observações em 1931.
O déficit hídrico
na bacia do Tocantins acumulou em 2017,
pois as chuvas observadas têm ficado abaixo da média esperada. Estudos demosntram que precipitação observada entre outubro de 2016 e
agosto de 2017, por exemplo, foi de apenas 47% da média esperada para o
período, dados confirmados pelo Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (CPTEC/INPE).
Entre outubro de
2016 e abril de 2017, no último período úmido da bacia, as vazões do rio
Tocantins foram as menores já verificadas de todo o histórico. A Ana assinala
que as baixas vazões do rio Tocantins
têm acarretado impactos nos níveis de armazenamento dos reservatórios das
usinas hidrelétricas integrantes do Sistema Interligado Nacional (SIN) ali
instalados.
Dentre as usinas
hidrelétricas do SIN, localizadas na calha do rio Tocantins, somente Serra da
Mesa (GO), Peixe Angical (TO) e Tucuruí (PA) são reservatórios que possuem
capacidade de regularização de vazões.
Com um volume útil
de mais de 43.250hm³ (43,25 trilhões de litros), o reservatório de Serra da
Mesa tem importância estratégica na regularização de vazões do rio Tocantins e
no atendimento dos usos múltiplos da água na bacia. No entanto, o lago de Serra
da Mesa tem sentido os reflexos das vazões e precipitações abaixo da média. Uma
prova disso é que, em 13 de novembro de 2016, o reservatório atingiu o menor
volume útil desde o início de sua operação: 8,72%.
Apesar do
armazenamento de mais de 80% de seu volume útil em agosto de 2017, o
reservatório de Tucuruí também vem sendo afetado pelas condições
hidrometeorológicas adversas da bacia nos últimos anos. Em 2016, por exemplo,
pela primeira vez a água não verteu na barragem da hidrelétrica desde o início
da operação em Tucuruí.
Em todos os
reservatórios das hidrelétricas as vazões liberadas têm sido substancialmente
superiores às vazões naturais – aquelas que aconteceriam numa seção do rio caso
não houvesse ações antrópicas em sua bacia contribuinte, como: usos consuntivos
(que consomem água), regularizações de reservatórios e desvios de água. Caso
não houvesse o efeito de regularização proporcionado por Serra da Mesa, as
vazões do rio Tocantins estariam consideravelmente mais baixas.
(Com informações da ANA)