ElsonMAraujo
Este ano a campanha eleitoral
transformou-se, desde as convenções, numa verdadeira explosão de cores. Cada
partido político, quando não adota uma cor única, costuma combiná-la com
outras, mas sempre há uma tonalidade predominante. As cores dos partidos
ganharam tanta força que, em alguns municípios, os eleitores já identificam sua
escolha de voto pela cor da roupa, que não precisa ser necessariamente uma
camisa ou adereço relacionado ao pleito. Este fenômeno pode ser atribuído à
última campanha presidencial, quando vestir-se de amarelo ou verde era
associado a Bolsonaro, e vermelho, a Lula.
Em Imperatriz (MA) todas as
campanhas, com exceção da de Justino Filho (PMB), optaram pela predominância de
uma cor. Justino, no entanto, adotou um estilo casual, sem se preocupar em
seguir o azul que identifica visualmente o Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Rildo Amaral (PP) escolheu o azul, Josivaldo JP (PSD) foi com o verde, enquanto
Mariana Carvalho (10) decidiu usar o amarelo, embora a cor predominante de seu
partido seja o verde, estratégia de se
conectar ao bolsonarismo raiz. O Professor Marco Aurélio, representante da
federação PT, PV e PCdoB, entrou nas caminhadas com o vermelho, cor
historicamente ligada aos partidos de esquerda. Na TV, preferiu um azul claro.
O candidato Gabriel Araújo (PCB), de esquerda, optou também pelo vermelho.
O Partido Novo, de Nilson
Takashi, tem o laranja como cor oficial, mas o candidato resolveu mesclar a
identidade visual da campanha com o verde. Como Justino Filho, Takashi também
parece não se importar com a cor da camisa, ao contrário de Rildo Amaral, JP e
Mariana, que só participam dos eventos de campanha com camisetas nas cores de
suas campanhas.
INFLUÊNCIA DAS CORES
Há muito tempo a psicologia e,
depois, os especialistas em marketing e publicidade perceberam que as cores
podem influenciar o comportamento das pessoas. Não é por acaso que o verde
predomina em hospitais, assim como a escolha das paletas de cores de grandes
corporações, como o azul do Facebook, o amarelo da Skol, ou o laranja do Itaú.
Por trás dessas escolhas há estudos psicológicos profundos, todos com o
objetivo de influenciar o comportamento das pessoas. Essa lógica da publicidade
acabou migrando para o marketing político.
Existem cores que acalmam e
relaxam, assim como há outras que despertam desejo e excitação. A psicologia
das cores tornou-se uma linha de estudo séria, analisando os efeitos emocionais
que cada cor pode gerar nas pessoas, influenciando sentimentos e criando
desejos. Talvez seja por isso que o “amarelão sol” da Skol remete a calor, e o
calor, por sua vez, provoca sede.
Um dos estudiosos do tema,
Neil Patel, destaca que, no consumo, “a cor representa 85% da razão pela qual
você comprou um produto específico”. Ele aconselha que qualquer empreendedor
não negligencie a psicologia das cores em seus projetos, já que uma escolha
ruim pode culminar em resultados insatisfatórios.
Com base nesses conhecimentos,
é possível inferir que a escolha das cores nas campanhas eleitorais não é
aleatória. Há, consciente ou inconscientemente, a intenção de influenciar o
comportamento do eleitor.
Em tempos de política
polarizada, as cores, que antes apenas compunham a estética de uma campanha,
assumem o papel de símbolos ideológicos e emocionais, capazes de atrair ou
afastar eleitores, reforçando que, nas urnas, a guerra das cores também é uma
batalha de percepções.
Considerando-se as cores das
candidaturas postas no cenário político local, eis o que diz alguns estudos;
Vermelho- É
frequentemente ligado a sentimentos de paixão, energia e urgência. É uma cor
que estimula o apetite, motivo pelo qual é amplamente usada em marcas de
alimentos e restaurantes. Ao mesmo tempo, o vermelho
pode evocar sensações de perigo ou alerta, refletindo sua ambivalência.
Azul- Cor que transmite tranquilidade, confiança e
serenidade. Não por acaso, é uma das cores preferidas no mundo corporativo,
frequentemente associada a marcas que buscam transmitir estabilidade e
segurança.
Amarelo- É
relacionado à alegria, otimismo e energia. É uma cor que capta a atenção e traz
uma sensação de luminosidade e calor. Porém, em excesso, pode provocar
irritação ou ansiedade, destacando a importância de seu uso equilibrado.
Verde- É a cor da natureza, representando crescimento, esperança,
harmonia e renovação. Está associado a sentimentos de frescor e saúde,
sendo amplamente utilizado em produtos naturais ou ecológicos. O verde tem um efeito
calmante e equilibrador, o que o torna ideal para espaços que visam promover
relaxamento e bem-estar.
Laranja- Cor
laranja é associada a alegria e diversão, a sentimentos positivos e otimistas,
criatividade. Estimulante da atividade mental. Pode simbolizar confiança.