Elson Araújo
Na antiguidade,
fazer premonições - cumpridas ou não - era um privilégio de uns poucos
iniciados. A função tinha tanta importância que era até institucionalizada.
Pode se citar, por exemplo, as pitonisas; as sacerdotisas da antiga Grécia que,
uma vez por ano, divulgavam seus oráculos, depois de um ritual que passava por
banhos especiais e jejum.
Mas os
adivinhos não tinham só prestígio, não. Também chegavam a ser combatidos. A
conduta chegou a ser, digamos, tipificada em três livros da Bíblia, onde está
escrito que “nenhum adivinho entrará no reino do Céu”.
Já não temos
mais as pitonisas, mas muita gente mundo afora continua a tentar “prever o
futuro”. Em cada esquina é possível encontrar alguém tentando adivinhar quem
vai ser o próximo campeão da Copa do Brasil, campeão brasileiro, próximo
presidente do Brasil, ou o próximo prefeito da cidade, e até mesmo os
números das loterias. Também não é difícil encontrar “vendedores de sonhos” com
o resultado do jogo do bicho.
Prever o futuro
continua a ter sua importância no mundo, e há muito, envolve até as ciências.
Saber o que vai acontecer nos próximos meses, nos próximos anos ou nos séculos
vindouros passou a ser um exercício frequente e diário, tanto por parte dos
charlatões quanto por parte daqueles que levam a sério a ponto de desenvolverem
estudos que resultaram em programas de computador avançadíssimos - com
dados e informações acumulados que são capazes de prever com exatidão até a
marca de fralda que vai ser usada por um filho de alguém que ainda nem
nasceu. Parece um absurdo, mas esse mecanismo existe e é o chamado
“big data” - termo que começa a ser assimilado pela população mundial.
O ponto de
partida para as “previsões” do big data tem origem no volume de dados que
geramos diariamente ao utilizarmos o cartão de crédito, ou qualquer equipamento
de conexão com a rede mundial de computadores. Esse tipo de previsão é mais
usado pelo mundo corporativo.
Atualmente,
ainda no campo científico/acadêmico das previsões, têm-se ainda os economistas,
que nem sempre aparecem com bons presságios, e os escritores futuristas, como o
norte-americano Alvin Toffler, que estão sempre a ousar escrever sobre o
futuro.
Nascido em 1928
do século passado, Tofller já escrevia suas previsões sobre a “revolução
digital e revolução das comunicações”. Na sua mais importante obra, A
Terceira Onda (1980), o futurista americano descreve a evolução da sociedade
humana, desde o tempo do predomínio das atividades agrícolas, passando pela
fase industrial, até a era pós industrial, a era da informação. Além de
Toffler, há inúmeros escritores futuristas com obras à disposição para quem
quiser consultar.
Atualmente é
assim - as previsões esotéricas, as previsões apreendidas a partir das
sensações humanos, perderam posições e a importância, sendo, ao poucos,
assumidas pela ciência aplicada. Por ela é possível prever, como já foi dito
acima, a marca da fralda do filho de alguém que ainda vai nascer, e até a
próxima crise mundial. A atual crise da água, que já chegou ao Brasil, foi
prevista há anos e os estudiosos já apontam para um agravamento da situação
caso providências não sejam adotadas pelas nações. - Ciência pura!
É certo que há
algumas previsões, principalmente sobre o futuro da Terra, feitas pela ciência
que é preferível nem acreditar, contudo, nunca é demais nos apegarmos ao
Criador para que estas nunca se cumpram e possamos ainda, por milênios, continuar
a admirar os astros e estrelas do Céu.