*Roberto Rocha*
*Senador da República*
A boa notícia vem lá dos rincões de Goiás e Tocantins, onde
as chuvas finalmente deram o ar da graça. Depois de meses de seca, o lago da
hidroelétrica de Estreito voltou a encher, elevando o nível do rio Tocantins em
45 centímetros.
Como eu já vinha alertando, há problemas estruturais na
captação das águas do Tocantins que abastecem Imperatriz. Tudo funcionaria à
perfeição se as bombas da Caema não fossem fixas, operando portanto somente até
um certo nível das águas. Ocorre que o rio, desde 2015, vem apresentando um
déficit hídrico, segundo a Agência Nacional das Águas, com apenas cerca da
metade da média de chuvas esperada para o período.
O desconforto do rodízio no fornecimento da água poderia
ter sido evitado se, desde o momento inicial das previsões do CPTEC/INPE
tivessem sido antecipadas medidas que só agora o Governo do Estado se dispôs a
tomar. Em especial com um simples
convênio operacional entre a Caema e a Sabesp, a maior empresa brasileira no
setor e uma das quatro maiores do planeta.
Não custa lembrar que o Ministério Público de Imperatriz,
há dois meses, já havia reunido os órgãos responsáveis para estudar o caso. Ou
seja, o cenário estava mapeado, tecnicamente, e não seria necessário submeter a
população à humilhação de um sistema de rodízio e pior, à ameaça de um colapso
completo no abastecimento das águas.
Mas nunca é tarde para corrigir o erro. O governador
Alckmin, a quem está afeta a Sabesp, colocou-se à inteira disposição para
fornecer o equipamento necessário para bombear as águas com equipamento
flutuante, que não depende do nível das águas para operar.
Aliás, isso não é novidade para ele. Esse mesmo equipamento
já foi utilizado para bombear as águas da transposição do rio São Francisco e
para garantir o fornecimento do consumo da capital federal, Brasília.
É por isso que fiz questão de convidar o governador, que
estará em Imperatriz no próximo dia 25, onde nos dará uma palestra no âmbito do
VI Seminário de Revitalização dos Rios Maranhenses e suas Nascentes. Temos muito
a aprender com a experiência de gestão do governador que enfrentou e venceu a
maior crise hídrica do país, que afetou um contingente populacional de 23
milhões de pessoas.
Na gestão pública também vale a sabedoria dos nossos avós
que diziam que “mais vale prevenir do que remediar”.