Faz um mês — 31 dias hoje — que o
governo federal americano parou. O pagamento do salário, que é quinzenal,
não ocorrerá pela segunda vez para 800 mil funcionários públicos, na
sexta-feira. Alguns milhões de terceirizados, idem. Inúmeros programas de
governo, principalmente aqueles que envolvem subsídios e pensões para a
população mais fragilizada, estão com o dinheiro acabando.
Em algumas
funções delicadas, como a Guarda Costeira ou FBI, muitos continuam
trabalhando sem salário, com o apoio de lojistas e grupos voluntários que
montaram uma rede de solidariedade.
Já bate em 10% o número de trabalhadores da TSA,
segurança de aeroportos, que não consegue comparecer. Aumenta todo dia. O
apagão do governo — ou shutdown — ocorre pelo impasse entre Executivo e
Legislativo, que não renovou o orçamento público. Sem o decreto assinado, o
dinheiro não pode ser usado. Nunca um shutdown foi tão longo.
Donald Trump só assina um
orçamento se for incluída verba para a construção de um muro na fronteira
com o México. Ele quer US$ 5,7 bilhões. A presidente da Câmara, Nancy
Pelosi, afirma que os democratas são contra a construção do muro e não vão
autorizar que o Estado o financie. Trump não tem dado sinais de que vá ceder, mas até seus eleitores começam
a responsabilizá-lo pelo impasse. No mercado, muitos
temem o custo que o shutdown impõe à economia americana, que vai
desacelerando.
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