Depois das leis Eusébio de Queirós (1850) que proibia o tráfico
negreiro, Dos Sexagenários ou Lei Saraiva -Cotegipe (1885) que libertava os
escravos com 60 anos de idade ou mais, e Ventre Livre (1871) que dali em diante
determinava que as mulheres escravizadas dariam à luz apenas a bebês livres,
dia 13 de Maio de 1888 a então princesa regente do Império do Brasil Isabel
Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon e
Bragança, assinava, e fazia a todos dela tomar conhecimento, a Lei que
extinguia oficialmente com a escravidão no Brasil.
A Lei, com apenas dois artigos, colocava a termo no País, depois de mais de 300 anos, uma das maiores desgraças praticadas contra um povo na história da humanidade, com consequências reais até os dias de hoje.
A CORAGEM DE ISABEL
Em um contexto de forte resistência da elite escravocrata, que via seus interesses ameaçados pela perda da mão de obra escrava, a assinatura da Lei Áurea por Isabel representou um ato de enorme bravura.
Pelos relatos dos historiadores não deve ter sido fácil a decisão da
princesa devido às fortes pressões desses senhores de escravos, que cientes do
inevitável que estaria por vir, se movimentavam para receber do Império uma
possível indenização pelos "prejuízos" financeiros que teriam com a
emancipação dos escravos negros.
Historiadores como Marcos Costas (História do Brasil para quem pressa) especulam que se o Império tivesse acenado com a pretendida indenização, a queda de uma Monarquia numa nascente nação onde já sopravam os ventos republicanos, teria ocorrido de qualquer jeito, mas bem lá na frente e não um anos seis meses depois da Lei Àurea.