Não há dúvida de que entre os muitos ensinamentos de Jesus Cristo,
o mais difícil, ou quase impossível de ser seguido é aquele presente lá em
Mateus capitulo 7: 1-2, que diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados”.
Diante desse ensinamento, cheguei a conclusão de que se os homens da terra
dependerem desse forte dispositivo presente no Livro Santo, o lugar
no Céu, reservado a cada um, estará seriamente
comprometido.
O homem desenvolveu um espirito julgador superficial. Julga não só
pessoas, mas também fatos e coisas. “nem a mãe natureza
escapa”. São julgamentos, na maioria das vezes, sem direito ao contraditório e
a ampla defesa onde o indubio pro reo, máxima do direito que diz que na
dúvida deve se beneficiar o réu, anda a léguas de distância. As sentenças são
sumárias, e quase todas condenatórias. Coitados de nós.
Que atire a primeira pedra quem hoje, depois de ter acordado não
fez um, dois, ou mais julgamentos! Pouco nos damos conta dessa
imperfeição humana. Jesus tem razão quando, alerta que a medida que
julgamos também somos julgados e, sendo assim chegamos a mais
uma conclusão: “a humanidade é um grande tribunal onde todos julgam todos”.
Já se julgou menos. Hoje, diante do quadro evolutivo da sociedade
julga-se mais. Tudo é motivo para a emissão de um juízo de valor. O modo
de alguém se vestir, o carro que anda, o jeito de falar, a cor da pele, e mesmo o de caminhar
são motivos para a emissão imediata de algum tipo de (pré) conceito. Somos
julgados até pelas nossas companhias. Aquele velho dito popular que
assinala “diz-me com quem andas que dir-te-ei que és” vem
confirmar o que eu acabo de dizer.
Julgar no aspecto do que hoje abordamos na coluna
pode ter seu lado positivo. Um julgamento bem embasado onde
se permita deixar de lado nosso subjetivismo, marcado, quase sempre
pelos (pré) conceitos, pode contribuir bastante para que nossas
escolhas sejam melhores e com isso erremos menos. O impedimento
para que alcancemos esse nível é justamente o danado do preconceito com
suas variáveis.
Esse nosso defeito de origem, revela mais uma vez que somos uma
pedra bruta enorme carecendo permanentemente de polimento e
se não temos como nos livrar desse gen julgador que pelo menos
aprendamos a julgar melhor e errar o mínimo máximo possível.
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