Flávio Dino assumiu nesta sexta-feira, 1, de Janeiro, o Governo do Maranhão, e antes de aquecer a cadeira de governador já anunciou uma série de medidas que demonstra de pronto algumas de suas prioridades. Segurança e saúde, dois grandes gargalos, não só local, mas nacional, entraram logo na pauta do governador. A contratação de mil novos policiais e a criação da Força Estadual da Saúde do Maranhão são, nesse primeiro momento, as medidas iniciais do novo governador do Maranhão para o enfrentamento dessas duas problemáticas.
Saúde e segurança pública são
problemas que afetam sobremaneira, a sociedade brasileira e nos últimos
anos não têm sido priorizados peloGoverno Federal. Por mais boa vontade que tenham os
estados e municípios, com os recursos que hoje recebem, não dão conta
sozinhos das demandas.
Vou me ater mais à questão da saúde que em nosso
município há meses passa por uma notória crise. É demanda demais e
recursos de menos. Aqui, se a coisa não fosse tocada
com austeridade pelo prefeito Madeira já tinha cerrado as portas e a
crise estaria pior.
É bom que se ressalte
que nossa Constituição Federal coloca a vida como sendo o bem
maior dos direitos fundamentais, preceituando em seu artigo 196 que a
saúde é um direito de todos e um dever do Estado, contudo, em que pesem os
louváveis diplomas
legais criados para garantir e viabilizar a efetivação do direito à saúde no
Brasil, enquanto direito fundamental de todos, é observada atualmente pela
sociedade um processo
contínuo de decadência da saúde pública em todos os estados brasileiros e o
consequente sucateamento do SUS, assistido na mais completa inércia nos
últimos doze anos.
Dito isto, voltemos à nossa
“paróquia”. Pode-se criticar o atual governo municipal de tudo, menos de
falta de gestão, como às vezes um ou outro oposicionista tenta
passar no caso da saúde. É na escassez que se faz o mestre,
e é nesse sentido que mesmo com recursos congelados há seis anos, mesmo
com o aumento estratosférico da demanda pelos serviços prestados pelo SUS em
Imperatriz, o sistema de saúde gerido pela Prefeitura funciona, enquanto
em muitos municípios do Brasil os gestores já jogaram a toalha. Para se
ter uma ideia há seis anos o numero de atendimento no Hospital Municipal
não chegava a dez mil por mês, hoje são 18 mil.
É consenso que existe uma crise nacional
no campo da saúde pública e não é culpa de prefeito A, B, ou C, mas
da engrenagem estatal que, assim como já o faz com a
segurança pública, e outros setores estratégicos, parou de investir
em saúde pública. Os serviços não aparecem na mesma velocidade e grau de
eficiência como a máquina de arrecadação. Essa ineficiência termina por
prejudicar toda sociedade, e afetar serviços básicos como o de
saúde, talvez o maior deles.
O filme é igual em todo o País: uma
situação que podemos chamar de caótica. A população sofre com a falta de
atendimento médico adequado e com a crescente privatização
do sistema. Longas filas para atendimento ambulatorial e hospitalar,
unidades de assistência médica superlotadas. Uma vergonha nacional.
A diferença de Imperatriz para outros centros é que mesmo a duras penas, a
coisa ainda funciona. Pode é demorar, por causa da demanda, mas o
atendimento chega.
E aqui uma pausa para uma pergunta: a
quem interessa o sucateamento da saúde pública no Brasil?
A luta poderia não
resultar em nada, mas pelo menos se tentaria fazer algo. Essa já seria uma
grande contribuição, diferente de usar uma rede social apenas para satisfazer a
lascívia oposicionista para atingir a gestão municipal, atitude que sai do nada
para lugar nenhum.