8/18/2015

O caos na saúde pública do Brasil


Elson Araújo

Discutir, debater saúde pública sob o ponto de vista pessoal ou politico/eleitoreiro não conduz a lugar nenhum.  Denuncismo, “ouvirdizerismo”, não vai resolver o problema,e não trará nenhuma  contribuição  fática para o enfrentamento do problema, exceto espaço para “ o denunciador”   na mídia.

É bom que se diga que a nossa Constituição Federal  coloca a vida como sendo o bem maior dos direitos fundamentais, preceituando em seu art. 196 que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, contudo, em que pesem os louváveis diplomas legais criados para garantir e viabilizar a efetivação do direito à saúde no Brasil, enquanto direito fundamental de todos, é observada atualmente pela sociedade a decadência da saúde pública em todos os estados brasileiros e o consequente sucateamento do SUS, assistido na mais completa inércia  nos últimos doze anos.

Dito isto, voltemos á nossa “paróquia”. Pode se criticar o atual governo municipal de tudo, menos de falta de gestão, como os oposicionistas/oportunistas tentam  passar,  no caso da saúde.  É na escassez que se faz o mestre,  e é  nesse sentido que mesmo com recursos congelados há  sete anos, mesmo com o aumento estratosférico da demanda pelos serviços prestados pelo SUS em Imperatriz, o sistema de saúde  gerido pela Prefeitura funciona, enquanto em muitos municípios do Brasil os gestores já jogaram a toalha.  Para se ter  ideia em 2009 o numero de atendimento no Hospital Municipal não chegava a dez mil por mês, hoje são quase 19  mil, conforme o seu diretor o médico Alison Mota.

É consenso que existe uma crise nacional no campo da saúde pública e  não é culpa de prefeito A, B,  ou C, mas da engrenagem estatal que, assim como  já o faz com a   segurança pública, e outros setores estratégicos, parou de investir em saúde pública e até fez cortes.  Os serviços não aparecem na mesma velocidade e grau de eficiência como a máquina de arrecadação.  Essa ineficiência termina por prejudicar toda sociedade,  e afetar  serviços básicos como o de saúde, talvez o maior deles.

O filme é igual em todo o País: uma situação que podemos chamar de caótica. A população sofre com a falta de atendimento médico adequado e com a crescente privatização do sistema.Longas filas para atendimento ambulatorial e hospitalar, unidades de assistência médica superlotadas.  Uma vergonha nacional.   A diferença de Imperatriz para outros centros é que mesmo a duras penas, a coisa ainda funciona. Pode é demorar, por causa da demanda,  mas o atendimento chega.

E aqui uma pausa para uma pergunta: a quem interessa o sucateamento da saúde  pública no Brasil?

Feita essa pergunta continuemos. Essa é uma boa oportunidade para se discutir seriamente essa situaçãocomo um todo,  e não subjetivar o problema por não gostar ou não simpatizar com a gestão municipal.

Daqui, centro que atende a pacientes do SUS,do Maranhão, Tocantins e Pará,  poderia sair uma espécie de “CARTA DE IMPERATRIZ  POR UMA SAUDE DE QUALIDADE” com um  clamor público  em curto prazo  pelo aumento do teto financeiro (o grande gargalo) e em longo prazo pela construção de um Hospital  Federal de Alta Complexidade, o que seria uma espécie de Socorrão Federal.  Há um projeto da Prefeitura  de um hospital desse porte engavetado no gabinete do Ministério da Saúde. Seria o caso de lutar, com a ajuda do governador Flávio Dino,  pelo “desengavetamento” desse projeto.

A  luta  poderia não resultar em nada, mas pelo menos se tentaria fazer algo. Essa já seria uma grande contribuição, diferente de usar uma rede social apenas para satisfazer a lascívia oposicionista para atingir a gestão municipal, atitude que sai do nada para lugar nenhum.



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