4/16/2016

O GOVERNADOR QUE AMAVA IMPERATRIZ


Abril é um mês  emblemático para a minha memória recente.  Foi  em abril que o”  Mestre Zuza”, meu pai, morreu.  Faria 84 anos dia 11. Pelo homem que foi, pelo pai de família, pelo legado moral que deixou imortalizou-se. Em Abril, também foi o mês que o Maranhão perdeu um dos seus mais nobres filhos, um homem que morreu do jeito que  viveu,  um dos poucos políticos do Maranhão que vivia o que pregava , e que ouso  afirmar que  ao longo da vida simples de médico, professor  e  político não  tinha do que se envergonhar.  Jakson Kléper Lago combateu até o fim, o bom combate e guardou a fé num Maranhão melhor. A biografia de um homem de quem os maranhenses não devem esquecer, assim como  eu  e meus irmãos jamais esqueceremos nosso  pai.

Não tive o privilégio de conviver de forma mais amiúde com o médico, professor e político,, mas não são poucos os  testemunhos de pessoas que com frequência tratavam com ele como correligionário, outra como  amigo e até mesmo na condição de  prestador de serviço,  que  chegam  a se emocionar quando falam sobre ele. O Dr, Jackson era um homem descente. Um conciliador de alma inquieta. Uma biografia que resistiu a todo tipo de artimanhas usadas  para manchar seu nome.  

A inquietação de Jackson Lago ao longo de sua vida sempre foi altruísta. Esquecia-se do eu e defendia o nós. Foi assim no movimento classista, foi assim quando na década de 1960 ingressou na política partidária, foi assim  quando foi pra ruas protestar contra a ditadura militar, foi assim quando ao lado de Brizola, em 1979, ajudou a fundar o PDT, partido que ficou  até a morte.

Deputado estadual (1975-1979), prefeito três vezes da capital (1989- 1992), (1997 -2000) e de  2001 a 2002, quando renunciou para disputar o governo do Estado, naquela ocasião sendo derrotado pelo ex-governador José Reinaldo,  de quem em 2006 tornou-se aliado e, que com seu apoio se elegeu governador; cargo ocupado por dois anos, três meses e 17 dias. A chapa Jackson Lago/Pastor Porto foi cassada pelo TSE num dos casos mais controversos da história daquela corte.

Não é segredo que o processo de cassação, e o que dele se derivou abalaram  profundamente um já idoso  e cansado Jackson Lago, que ainda voltou a ser candidato na eleição seguinte mas que no curso da campanha foi  sujeito de todo tipo de sabotagem, tanto por parte dos adversários tradicionais, quanto do chamado “fogo amigo”.  Foi demais para o velho combatente de guerra, que logo caiu doente e nos deixou em  4  Abril de 2011.

Por mais que fujamos existe sempre um SE, no sentido de “caso” nos rodeando.  Se não fosse isso ou aquilo, a coisa  ou a história poderia ser diferente.  Essa conjunção condicional SE, no sentido de “caso” se aplicaria direitinho, a Imperatriz caso  Jackson Lago  não  tivesse  sido afastado do governo do Estado.   O então governador vivia um caso de amor com a cidade a ponto de  no dia do anúncio do resultado da eleição ter vindo á cidade a convite do prefeito Madeira e  assumido , num memorável comício na Praça de Fátima, vários compromissos que começou a cumprir um  por um.  Pouco antes do afastamento o governador  assinou convênio de mais de 60  milhões de reais com a Prefeitura que transformaria Imperatriz num canteiro de obras, como chegou a declarar.  A verba chegou a ser depositada, mas acabou sendo estornada ao cofres do Estado por conta de uma demanda  judicial manejada  pela  equipe então governadora Roseana Sarney.

Jackson Morreu sem deixar “herdeiros políticos”. Ninguém com seu arquétipo. Ninguém com o jeito {político} Jackson de ser, e com a capacidade de reproduzir o homem público que ele sempre foi.    

Quanto a Imperatriz, cinco anos se passaram mas  o nome de Jackson Lago  permanece vivo na memória dos imperatrizenses como o governador do Maranhão que mais amou nossa cidade, tanto que, conforme me revelou na semana passada um de seus amigos, em determinado momento da sua caminhada  chegou a cogitar a possibilidade de morar,  aqui. 



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