5/29/2009

Índios do Maranhão (Awa) correm risco de extinção

deu na folha de s.paulo
Indígenas isolados correm risco de extinção, diz ONG


Segundo organização inglesa, grupos estão localizados no Maranhão e em Mato Grosso

Funai reconhece gravidade do caso, mas afirma que toma medidas preventivas; para antropólogo, solução está na demarcação de áreas

De Matheus Pichonelli:

Relatório da ONG inglesa Survival International aponta que duas tribos brasileiras de índios isolados estão entre as com maior risco de extinção na América do Sul.

crianças guaja


O estudo indica que os territórios de índios awá (ou guaja), no oeste do Maranhão, e de índios kawahiva do rio Pardo, que vivem no norte de Mato Grosso, estão sendo destruídos pela exploração ilegal de madeira.
Juntos, os dois grupos somam, no máximo, 110 índios.

indios guaja


Indígenas isolados são populações que vivem até hoje sem contato com outras tribos ou órgãos indigenistas. De acordo com a CGII (Coordenação Geral de Índios Isolados), ligada à Funai (Fundação Nacional do Índio), foram identificadas 69 áreas no país onde podem existir índios não contatados.

A ONG aponta ainda que outras duas tribos do Peru e uma do Paraguai também correm risco de extinção. No Peru, o problema é a exploração de petróleo e madeira. Já no Paraguai, são criadores de gado brasileiros que ameaçam os índios. A existência dessas populações veio à tona em maio de 2008, quando a Funai divulgou imagens de grupos isolados no Acre. Fotos de índios tentando acertar o avião dos "invasores" com arcos e flechas tiveram repercussão internacional.



À época, o episódio gerou contestações sobre a existência dos grupos. No relatório, a ONG cita o caso de um jornal britânico que publicou reportagem lançando dúvidas sobre a história e, meses depois, admitiu a validade das imagens. Segundo Fiona Watson, coordenadora da Survival International, as fotos criaram interesse de pessoas que não sabiam da existência de grupos isolados em pleno século 21. Assinante do jornal leia mais em

Retalhos do blog sobre os guaja


Os Guajá, que vivem na pré-Amazônia brasileira, constituem um dos últimos povos caçadores e coletores no Brasil. Além dos a1deados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), um certo número de Guajá vive na floresta, sem contato permanente com a sociedade regional.

mulher guaja


•Outros nomes: Awá (auto-denominação), Wazaizara (Tenetehara), Aiayé (Amanayé), Gwazá.
•Onde estão: Maranhão.
•Quantos são: 326 em contato (Funasa, 2004); aproximadamente 30 sem contato.
•Língua: da família Tupi-Guarani.
•Área indígena: Awá-Guajá (116.200 ha. Demarcada em 2002 e homologada em 19 de abril de 2005).

Nome e língua

Os Guajá se autodenominam Awá, termo que significa “homem”, “pessoa”, ou “gente”. As origens deste povo são obscuras, porém acredita-se que seja originário do baixo rio Tocantins no estado do Pará. Formava, provavelmente junto aos Ka’apor, Tembé e Guajajara (Tenetehara), um conjunto maior, da família lingüística Tupi-Guarani naquela região. Na medida que a expansão colonial foi exercendo uma pressão sobre estes grupos indígenas, houve uma dispersão dos mesmos. Acredita-se que a partir do conflito da Cabanagem, em torno de 1835-1840, este conjunto iniciou uma migração no sentido leste, rumo ao Maranhão. É provável que por volta de 1950 todos os Guajá estivessem vivendo neste estado, no lado leste do rio Gurupi.

Locacalização

Os Guajá em contato permanente vivem no noroeste do estado do Maranhão, nas Terras Indígenas Alto Turiaçu (530.520 ha.) e Caru (172.667 ha.), ambas já demarcadas e homologadas.



Em 2005 foi homologada uma nova área para os Guajá (demarcada em 2002), a TI Awá, de 116.200 há. nos municípios de Zé Doca e Bom Jardim. Esta reserva liga a Terra Indígena Caru à do Alto Turiaçu, estabelecendo assim um terreno contínuo, em tese menos sujeito às invasões.

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