O esclarecimento foi motivado pela pergunta de um jornalista que quis saber se pelo fato de entre os detidos se encontrar o engenheiro Roberto Alencar havia ligação com a Prefeitura de Imperatriz.
O delegado Pedro Meireles explicou que essa operação foi desencadeada para apurar indícios do desvio de recursos públicos no mencionado município tendo por base nota técnica da CGU fundada com informações do relatório de fiscalização realizado por aquele órgão de controle. Também se fundamentou em inquéritos abertos pela Promotoria de Justiça de Porto Franco.
A promotora Nahyma Ribeiro Abas, que também participou da coletiva, explicou que causava estranheza o fato dos recursos como FPM, Fundeb, entre outros caírem normalmente nas contas do município de São João do Paraíso e mesmo assim a Prefeitura acumular atraso do pagamento de servidores públicos de seis meses. As investigações, segundo ela, mostraram que os recursos iam direto para as mãos do agiota.
A Operação Usura alcança o quadriênio 2005/2008 e 2009/2012 ( em curso). As investigações apontaram indícios de crimes de falsidade ideológica, falsificação de documento público, Falsificação de documento particular, peculato, entre outros.
Ao todo a Operação Usura procura cumprir treze mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão. Entre os detidos se encontra o engenheiro Roberto Alencar, que na qualidade de empresário da construção civil realizou obras públicas em São João do Paraíso. Alencar atualmente é o secretario de infraestrutura do município de Imperatriz.
Roberto Alencar respondeu a todas as perguntas com tranquilidade.
O engenheiro civil Roberto Alencar prestou depoimento na manhã desta quarta-feira a um dos delegados da Operação Usura. Segundo o advogado Jonilson Viana, que o acompanhou, mesmo com o direito constitucional de permanecer calado, ele respondeu sem titubear às mais de 30 perguntas formuladas pelo delegado esclarecendo a todas as duvidas da investigação.
“Ele esteve tranqüilo o tempo todo e declarou-se consciente de que como prestador de serviço não cometeu nenhum tipo de irregularidade como suspeita a Polícia Federal” informou o advogado.
A dúvida da PF com relação a Alencar é sobre a pavimentação de uma rua do município de São João do Paraíso. A obra foi executada e medida, pelo menos duas vezes. pela Caixa Econômica Federal , mas na prestação de contas da Prefeitura perante os órgãos de controle da união surgiram dúvidas, agora alvo das investigações.
Os advogados Gilson Ramalho e Daniel Sousa, respectivamente Procurador Geral e Ouvidor Geral do Município, estiveram na PF e na oportunidade foram autorizados se dirigirem até o local onde Roberto Alencar estava sendo ouvido. Antes, conversaram com os jornalistas no saguão do DPF.
Instados sobre a posição da Gestão Municipal em relação á detenção de Alencar, Ramalho e Sousa reiteraram que o ato de prisão não tem nenhuma relação com trabalho dele com agente público do município. “ O que há é uma investigação em andamento; uma de apuração de fatos relativos ao trabalho dele como prestador de serviço em São João do Paraíso.” Destacaram os dois advogados.
Sobre a posição da gestão Gilson Ramalho respondeu que o prefeito Madeira entende que o engenheiro Roberto Alencar tem correspondido às expectativas como secretario municipal da infraestrutura e goza do respeito e confiança de todo governo e que espera que tudo seja devidamente esclarecido.