Sentado numa cadeira de macarrão sendo cuidado na casa da sogra pelo cunhado Edson e pelo enteado Igor, de 12 anos, o policial português Celso Pinto, não para de receber visitas desde que recebeu alta do Hospital Municipal onde foi submetido a uma cirurgia na perna direita depois dele e a mulher terem sido atropelados por uma Hilux SW4 de cor preta em alta velocidade.
A tragédia foi na rua São Francisco com a Amazonas, no bairro Nova Imperatriz, início da madrugada da Quarta-feira de Cinzas. Na ocasião, a mulher dele Vera acabou morta.
Ontem à noite Celso foi surpreendido pelos patrícios Sérgio Matos, Victor Hugo e Francisco Barão, empresários da região de Lisboa que hoje
investem em Imperatriz na área da
construção civil. Eles souberam do caso por meio da imprensa e decidiram ir até o policial para se solidarizarem.
“Ficamos sensibilizados com o caso do nosso patrício e estamos
cá para apresentar nosso apoio a ele”
disse Victor Hugo, há um ano e
três meses em Imperatriz.
“Só tenho a agradecera vocês e todos os brasileiros, gente
que nunca vi, e que tem vindo a mim se
solidarizar. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer também o apoio e
toda a assistência que recebi no hospital onde fui bem tratado por todo mundo” destacou Celso Pinto.
O policial informou que nesta segunda-feira recebeu dois
telefonemas importantes: um da embaixada
de Portugal, no Brasil e outro do consulado português, de Belém (PA).
“ Queriam saber como eu estava e como estariam as
investigações. Não pude dizer nada porque não sei e ainda nem fui ouvido pela
Policia. Temo que este caso possa cair em águas de bacalhau”
disse numa alusão ao risco do autor do
atropelamento não ser identificado e dessa forma ficar impune.
Membro da Guarda Nacional Republicana de Portugal, o
equivalente à Policia Militar, Celso
Pinto é policial desde 2001. Mora e Trabalha em Vila Meã-Amarante, pertecente ao Distrito do Porto, como membro da Equipe de Investigações e
Inquéritos. Lá, havia casado há cinco anos
com Vera Lucia. Os dois estavam
de férias em Imperatriz e retornariam em
Março.
“Muito triste com a
perda trágica da minha esposa, longe dos meus parentes e abalado com a
possibilidade do infrator não ser punido. No entanto, apesar das incertezas,
faço votos que a policia brasileira dê uma reposta satisfatória para esse caso”
desabafou o português.O carro também, pelo que se informa, já teria sido liberado e com isso, as investigações teriam retornado à estaca zero, reforçando a tese do investigador português de que o caso possa vir a cair em “águas de bacalhau”.
Vera Lúcia, atropelada e morta na quarta de cinzas