VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL
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A presidente Dilma Rousseff oficializou nesta segunda-feira (6) o convite ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), para assumir a recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que terá status de ministério. A posse será na quinta-feira, às 10h.
Segundo
nota do Palácio do Planalto, Afif tem tido "papel relevante em todos os
processos que, nos últimos anos, resultaram no estímulo e na valorização das
micro e pequenas empresas no país".
O governo afirmou que a função do ministério será "formular
políticas de apoio às micro e pequenas empresas, segmento fundamental para a
geração de empregos e
o desenvolvimento da economia brasileira".
Após
cerimônia na manhã desta segunda na Associação Comercial de São Paulo, em que
teceu elogios a Afif, a presidente embarcou de volta para Brasília com o
vice-presidente, Michel Temer.
A
nomeação foi fechada numa reunião entre Dilma, Afif, Temer e o ex-prefeito de
São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab.
Com
a nomeação de Afif, o PSD passa a integrar oficialmente o primeiro escalão do
governo federal e se torna um possível aliado de Dilma na disputa pela
reeleição, em 2014. Em entrevista no mês passado, porém, Kassab havia afirmado
que uma eventual escolha de Afif para comandar a nova pasta se daria em caráter
pessoal, e não partidário.
O
partido, criado em 2011 a partir de dissidências de outras legendas --
principalmente do DEM, sigla de oposição--, reluta em se tornar parte da base
aliada e prega independência.
Vice
do tucano Geraldo Alckmin, Afif perdeu espaço no Palácio dos Bandeirantes desde
a fundação do PSD.
EVENTO
Em
cerimônia nesta segunda-feira em São Paulo, Dilma afagou o neo aliado e já
indicava que havia escolhido o vice-governador de São Paulo para a secretaria.
"Queria
aproveitar essa cerimônia para homenagear um brasileiro que colocou na pauta do
país o apoio às pequenas e microempresas, fazendo com que reconhecêssemos que
esta é uma questão estratégica e imprescindível para o futuro e o presente do
país", disse a presidente, na cerimônia de hoje, citando o nome de Afif.
Sentado
na primeira fila da plateia e aplaudido pelo público, Afif se levantou para
fazer um gesto de agradecimento à petista.
Dilma
destacou a participação de Afif, como "liderança e protagonista", na
aprovação do Estatuto da Microempresa, do Simples Nacional e na criação da Lei
do Micro empreendedor Individual. Segundo ela, essas iniciativas "mudaram
a história" do setor no país.
Em
outro momento de seu discurso, ela afirmou gostar de um texto em que Afif chama
os pequenos empreendedores de "batalhadores".
Antes
do pronunciamento de Dilma, o presidente da UGT (União Geral dos
Trabalhadores), Ricardo Patah (PSD), arrancou risos da presidente ao fazer uma
menção indireta à possibilidade de Afif assumir o ministério.
Chamado
a discursar pelo presidente da Associação Comercial, Rogério Amato, o
sindicalista disse que Afif "tem cara de microempresa, é
impressionante".
AFIF
Herdeiro
de uma seguradora, o paulistano Guilherme Afif Domingos (1943) começou sua vida
pública como diretor da Associação Comercial de São Paulo na gestão de Paulo
Maluf (1976-1979).
Quando
Maluf se tornou governador, em 1979, Afif assumiu a presidência do Badesp e, em
1980, a Secretaria da Agricultura.
Tentou
disputar o governo do Estado pelo PDS em 1982, mas Maluf o indicou vice na
chapa de Reynaldo de Barros. O PMDB venceu.
Afif
voltou à Associação Comercial como presidente. Após a derrota de Maluf para
Tancredo Neves em 1985, trocou o PDS pelo PL.
Eleito
deputado federal com 508.931 votos, disputou o Planalto em 1989 com o slogan
"juntos chegaremos lá". Ficou em 6º. Em 1990 tentou o Senado aliado a
Orestes Quércia, mas Eduardo Suplicy ganhou.
Afif
só voltou à política em 2006 disputando o Senado pelo PFL, aliado a José Serra.
Perdeu de novo para Suplicy, mas virou secretário do Emprego. Eleito
vice-governador de Geraldo Alckmin em 2010 pelo DEM, seguiu Gilberto Kassab na
criação do PSD.