*Elson Araújo.
Na coluna dessa semana
poderia “ir de outro tema”. Sugeriram-me
até escrever algo sobre a Semana da
Ciência e da Tecnologia, mas como a
eleição é no próximo domingo fica difícil não deixar registradas algumas
impressões sobre esse momento histórico vivido pelos brasileiros. Essa, sem dúvida, é uma das mais disputadas
eleições presidenciais já registradas no País.
A que chega mais perto da de agora, segundo os analistas políticos, é a
de 1989, quando Lula enfrentou o hoje aliado Collor de Mello.
A eleição presidencial deste
2014 é atípica, e por vários aspectos. Um deles é rapidamente
percebido: nunca, desde que me entendo por gente, tivemos uma eleição “tão
próxima da gente ” como essa.
Próxima porque os eleitores
se sentem sujeitos do processo e longe daquela
frieza de antigamente. Parece estranho, mas é como se a eleição para
presidente fosse local com os candidatos sendo da nossa relação de amizade.
Sinal disso é que os partidários e simpatizante
estão indo para as ruas em caminhadas, e carreatas; participam de debates nas
praças, filas de banco, na panelada de cada dia, nos bares, escolas, faculdades,
e o que é melhor, defendem com bons argumentos seus respectivos projetos. Os elementos de defesa e ataque estão sempre na ponta da língua.
A “vedete” dessa eleição,
principalmente neste segundo turno, é a grande rede de computadores uma vez que
é essa a responsável pela velocidade da distribuição da informação, e da contrainformação
no universo virtual. O eleitor que
antes só contava como ferramenta para conhecer as propostas dos candidatos {a
presidente} com a gélida da propaganda no rádio e na tv, tem hoje ao seu dispor
uma infinidade de outras mídias que além
de envolver a todos, conseguiu o feito de aproxima-los dos disputantes. Tudo é muito rápido.
Melhor ter informação demais
do que informação de menos, contudo, a tarefa decorrente desse tsunami de informações virtuais advindas das
mais diversas fontes é filtra-las. Como eleição é literalmente uma guerra, nada mais natural do que analisar bem a informação, checar a autenticidade da fonte para que não sejamos induzidos a erro, e olhe que
em muita gente falta senso critico e
muitos terminam entrando no efeito boiada ou no conhecido “Maria vai com as outras”.
O envolvimento do eleitor no
debate, a intimidade com os candidatos a velocidade da informação integram a
parte positiva desse processo democrático da escolha do próximo presidente da
república; o outro lado da moeda reside no “vale tudo”, para influir
negativamente na vontade do eleitor.
Nesse quesito a equipe da atual presidente saiu-se muito na frente e conseguiu com uma bem elaborada e pensada campanha
midiática dividir o Brasil entre os reconhecidamente pobres e os a quem acusam
de “ricos”. Mais do que isso, conseguiu inocular o vírus do ódio mútuo bem no
meio.
Além do ódio entre classes, o ódio entre as diversas regiões do País também já pode ser sentido por
conta da ardilosa propaganda eleitoral comandada
pelos atuais ocupantes do Palácio do Planalto, e tudo com claros fins eleitoreiros, ou seja, para
tentar minar a crescente força eleitoral
do oponente que por sua vez foi obrigado a adotar o discurso da unidade
nacional e tem feito isso muito bem.
O grave em toda essa
história é que a estratégia de dividir o País entre pobres, remediados, e os
aparentemente ricos, para tentar ganhar eleição, além
dos reflexos eleitorais pode
trazer consequências pós-eleitorais, inimagináveis, difícil até de se prevê no momento.
Diante disso é preciso que se pense muito bem
no País que queremos daqui para frente: um
País dividido pelo ódio entre as classes sociais ou um País unificado pela
força do trabalho e da livre iniciativa com oportunidade para todos?
Domingo, 26, será um dia “sagrado” para os brasileiros. Mais uma vez vamos às urnas para eleger o
presidente da República, e diante de tão importante momento não podemos perder
de vista a necessidade de proteger a nossa democracia de qualquer tipo de ameaça,
não pela força, mas pelo direito constitucional ao voto.
Somos um só Brasil, uma só
nação!