Gil Carvalho
A
secretária municipal de Desenvolvimento Social, Miriam Ribeiro, participou
nesta quinta-feira (28), no plenário da Câmara Municipal de audiência pública
que debateu sobre o papel das instituições na recuperação de dependentes
químicos e a realidade das comunidades terapêuticas de Imperatriz.
Segundo
ela, o aumento do consumo de drogas é uma tragédia anunciada em Imperatriz, mas
também em vários municípios brasileiros. Ela contou que chegou em 1971 em
Imperatriz, oriunda da cidade de Grajaú, e presenciou naquela época uma forte
ação da Polícia Federal contra os produtores de maconha.
A
secretária observa que o problema se arrasta por mais de quatro décadas, sem
que houvesse uma política pública eficaz de prevenção e tratamento de jovens e
adultos envolvidos com entorpecentes. “Se houvesse um investimento maciço e
comprometido em educação, nós hoje não estaríamos aqui discutindo esse tema”,
avalia.
Miriam
Ribeiro compreende que uma pessoa esclarecida e de base familiar sólida
dificilmente se envolve com drogas, porém existem alguns casos isolados que
precisam ser analisados com cautela. E defendeu a realização de um projeto
integrado nas áreas da educação, assistência e segurança pública.
“Nós
queremos parabenizar essas comunidades terapêuticas, porém não adianta apenas
trabalhar com essas pessoas para reverter o problema”, disse ela, ao lembrar
que ao final do governo Fernando Henrique a criminalidade estava globalizada,
onde se despediu naquela época da política de investimento em fronteiras –
corredor de entrada e saída de drogas no Brasil.
Ela
observa que “não vê um trabalho efetivo, principalmente no âmbito do Governo
Federal de prevenção e combate às drogas em todo país”. “Essa droga não é um
comando brasileiro, mas com ramificações internacionais, onde somos vítimas de
políticas não realizadas ou que não são efetivas”, disparou.
Miriam
Ribeiro ressalta que o município chegou a participar durante os anos de 2013 e
2014 de reuniões em Brasília, com objetivo de receber proposta de ação e
combate ao crack, com investimento previsto de R$ 7 bilhões pelo Governo
Federal. A meta inicialmente era de oferecer estrutura, inclusive a implantação
dos Centros Pop; 20 câmeras de monitoramento, treinamento de militares e
equipamentos para os CAPs. “Esse recurso não veio, e não sabemos para onde foi.
E nós da assistência recebemos apenas R$ 6 mil (mensal) para manter um albergue
e um Centro POP, incluindo um psicólogo, pedagogo, coordenador e auxiliares
(cuidadores), pagar aluguel e alimentação das pessoas”, contou.
Ela
argumentou ainda que o município mantém aberto o Albergue e o Centro POP para
assistência das pessoas em situação de risco social que recebem alimentação e
orientação, visando assisti-los e reintegrá-los à família.
Foto: Fábio Barbosa