3/18/2018
Mataram mais uma irmã
A violência é tema permanente no Brasil e ganha força sempre que a vítima tem alguma importância social. Foi assim com *o padre Josimo, Chico Mendes, Dorothy Stang e agora com a vereadora Marielle Franco* , vozes que se postaram a favor dos menos favorecidos, dos menos protegidos, do povo oprimido e que foram covardemente caladas. Crimes de grande repercussão no País e, fora dele e que depois de alguns dias, e algumas entrevistas de autoridades bem como dos ativistas dos Direitos Humanos, caem no esquecimento até que outra voz seja calada. E, assim, a saga da violência, perversamente, segue nos seus mais diversos matizes e sem solução.
Josimo, Dorothy, Chico Mendes, e agora a vereadora Marielle são apenas algumas das vítimas mais proeminentes , mas quantos anônimos não perderam ou, não perdem a vida diariamente por defenderem causas similares?
A vereadora é assassinada notoriamente num momento complicado da vida nacional. Com a força das redes sociais a noticia se potencializa e o País se mobiliza (mais uma vez) contra o flagelo da violência.
As autoridades, como nos outros casos de repercussão, correm atrás para identificar e "punir exemplarmente" os culpados. Enquanto isso os protestos ecoam. Entre eles alguns verdadeiros e outros apenas com o objetivo de transformar o cadáver da ativista num instrumento de luta politico/eleitoral.
Que a luta da vereadora Marielle não tenha sido em vão.
Que a voz dela em defesa das causas sociais continue a gerar frutos.
Que as causas que ela defendia não recebam nenhum tipo de carimbo mas que referencie o amor vivo que tinha pelo outro e que ajude a levantar outras vozes seja ,como queiram da direita ou da esquerda, a favor daqueles que nao as têm , afinal o amor não é monopólio de ninguém nem de nenhum espectro político/ideológico.
O padre Zezinho tem uma canção antiga que reflete o problema da violência. Uma letra tão atual que poderia ser cantada todo dia.
*Mataram Mais Um Irmão!* é o nome dela.
O trecho que se encaixa na luta de Marielli fica na sexta estrofe:
Ei-lo.
*Por causa de um mundo mais justo
Por causa de tanta opressão
Por causa de coisas que disse
Por ter defendido os irmãos
Mataram mais um irmão*
O povo não esquecerá*
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