O projeto é do empresário Dimas Luíz
da Silva, que pretende estabelecer uma planta industrial no município de João
Lisboa
A implantação da cultura da batata doce na região é a primeira fase do projeto
do empresário que pretende, em breve, ser o primeiro produtor de etanol de
batata doce do Maranhão. O projeto é ousado. Ele não quer somente produzir
etanol, mas fazer, no que seria uma terceira a fase, a metalurgia desse tipo de
indústria para quem pretende investir no negócio no País.
Para a segunda
fase do projeto, a montagem do parque industrial (em João Lisboa) Dimas busca o
financiamento de bancos públicos.
Enquanto não monta sua planta industrial, a batata doce produzida pelo
empresário já tem endereço certo: a recém-implantada Usina Flex Agroindustrial
Raízes do Etanol, localizada no Povoado Ipixuna, Zona Rural do município
paraense de Paragominas.
“A batata doce é um ativo importante porque não se limita à extração do etanol.
Há outros subprodutos que também podem ser aproveitados. Há futuro nessa
cultura”, declarou o empresário.
Conforme o empresário, além do etanol, a batata doce, geneticamente melhorada, pode gerar álcool em forma de gel, ração animal, bioplástico e até ração animal. “A folha da batata, rica em proteína, também pode ser utilizada na alimentação humana”, explicou.
O empresário disse ainda que a batata doce geneticamente melhorada chega a
produzir até 21 mil litros de etanol por hectare em comparação com
a cana de açúcar que, segundo ele, produz apenas sete mil litros num perímetro
igual. Vantagem também sobre o etanol do milho, que em um hectare plantado
responde por apenas 4 mil litros.
COOPERATIVA - A aposta de Dimas Luiz da Silva no etanol, a partir da batata doce, levou à criação da Cooperativa Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. Com sede em Imperatrizm a recém criada entidade pretende reunir pequenos, médios produtores e incentivá-los a inserir nas suas propriedades essa nova cultura.
“Esperamos em breve não assistir o embarque desse produto para o Estado do Pará, mas vê-lo processado e gerando emprego e renda aqui na nossa região. Acreditamos muito na visão e no sucesso do projeto do empresário Dimas Luíz, por isso criamos essa cooperativa”, declarou o consultor e vice-presidente da entidade, Helberth Rodrigues de Oliveira.
Oliveira acentua que o projeto do empresário Dimas Luíz está em sintonia com as
políticas públicas de desenvolvimento sustentável que a Cooperativa
pretende empreender na região. “ Nosso objetivo é inserir a agricultura
familiar nessa matriz energética e dessa forma compor a cadeia produtiva
do chamado etanol social”.
O ESTADO DO
TOCANTINS É O PIONEIRO
As usinas flex para a produção de etanol à base da batata doce {geneticamente modificada} que hoje se espalham por vários estados, decorrem de pelo menos 12 anos de pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) pelo professor Márcio Antônio da Silveira. O resultado desse trabalho é que em março de 2015 a universidade anunciou a construção da primeira usina em Palmas em convênio com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia.
Depois do Tocantins, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Amapá e agora o Pará, são
os Estados que já apostaram e hoje possuem plantas industriais para
a produção de etanol extraído da batata doce