8/10/2024

A difícil escolha do (a) vice: Conheça as escolhas da segunda capital do Maranhão

 


 ElsonMAraújo

 

A figura do vice (presidente, governador ou prefeito) possui um papel constitucionalmente definido. Ele substitui o titular em casos de impedimento ou situações especiais, como licença ou viagem ao exterior. Além das atribuições que lhe são conferidas, o vice, segundo a Constituição, deve auxiliar o titular sempre que convocado para missões especiais.

Uma vez eleito, o vice não pode ser demitido, e não há impedimento para que assuma cargos de livre nomeação, como secretário ou ministro. Por exemplo, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, foi nomeado Ministro de Estado do Desenvolvimento Econômico. No Maranhão, o governador Carlos Brandão nomeou seu vice, Felipe Camarão, para o cargo de secretário de Estado da Educação. Da mesma forma, o vice-prefeito de Imperatriz, Alcemir Costa, era, até recentemente, o secretário municipal de Saúde.

Isso demonstra que, ao formar uma chapa para uma disputa eletiva majoritária, é natural que o líder do projeto político, seja de forma unilateral ou ouvindo o grupo, considere uma série de variáveis para chegar a uma definição. Assim, a escolha do vice muitas vezes só ocorre quando partidos, coligações e, atualmente, federações estão prestes a finalizar a ata.

 Além do quesito confiança, numa competição eleitoral, o vice pode agregar recursos financeiros, votos, prestígio e apoio conjuntural, especialmente se pertencer a um segmento social relevante. Nas últimas eleições, tem sido comum a escolha de representantes de segmentos evangélico, católico, militares e do agronegócio para compor chapas majoritárias. O vice pode não se encaixar em nenhuma dessas variáveis, mas ser parte de uma estrutura de poder com força política suficiente para indicá-lo, mesmo que não seja o “companheiro dos sonhos”. Quando isso acontece, como diz a música de Flávio José, “tudo pode acontecer, inclusive nada”.

 

Quem São  os vices ?

 


No segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, a escolha dos vices das principais candidaturas seguiu a tradição local: foram revelados apenas durante as convenções, e, mesmo três dias após o encerramento do prazo, continuam sendo um dos assuntos mais comentados na cidade.

O primeiro a anunciar seu vice, na verdade, sua vice, foi o candidato da federação PT, PV, PC do B, Marco Aurélio. A suplente de deputada federal Gilvânia Ferreira, militante histórica do PT e ativista social conhecida nacionalmente por sua luta pela reforma agrária, foi escolhida.

O vice do publicitário e empresário Nilson Takashi (NOVO) é o experiente engenheiro civil Ronaldo Reis  Milhomem, descendente do primeiro  gestor de Imperatriz Gumercindo Milhomem.  Seu pai,  já falecido, Ribamar Milhomem, foi vereador de Imperatriz na transição da década de 1980 para a de 1990. Embora discreto, Ronaldo ganhou popularidade nas redes sociais com vídeos críticos e propostas para a infraestrutura da cidade. Filiado ao NOVO, forma uma chapa pura.

Outra chapa pura é a liderada pelo candidato a prefeito Gabriel Araújo (PCB), estudante de Comunicação Social, que optou por Reginaldo Lima, ainda pouco conhecido pela classe política.

O polêmico jornalista Justino Filho (PMB) também apresenta uma chapa pura, com o economista e professor universitário aposentado Alberto Maia como vice. Maia, conhecido por seus comentários em rádio e TV e por sua atuação nas redes sociais, tem um histórico de envolvimento político e defesa do consumidor.

Inicialmente especulou-se que o vice de Rildo Amaral (PP) seria Pastor Porto (Cidadania), mas, no último momento, foi anunciado Carol Pereira (União Brasil). Filha de Imperatriz, Carol não é uma figura midiática. Visivelmente é mais de bastidores, mas tem sido nos últimos anos a braço direito do secretário-geral da mesa diretora da Assembleia Legislativa, deputado estadual Antônio Pereira (PSB).

Na chapa liderada pelo deputado Josivaldo JP cogitavam-se Carol Pereira ou Bruna Costa, esposa do Deputado Eric Costa, como possíveis vices. No entanto, a escolha recaiu sobre o médico Daniel Fiim (PMN), anunciado durante a convenção no dia 5 de agosto. Nascido em Imperatriz, Daniel é filho do ex-vereador e interventor de Montes Altos Francisco Fiim, dele herdando a veia política e a fé católica. Com experiência em cargos públicos e pré-candidaturas anteriores Daniel Fiim chegou a ser cogitado como um possível candidato a prefeito, mas optou por se unir ao projeto JP

 Após a desistência do pecuarista Francisco Soares dos Santos (PL), seu partido inicialmente considerou uma aliança com Josivaldo JP e a possibilidade de substituir franciscano por outro nome da legenda. No entanto, após uma reunião de cúpula com o deputado Josimar Maranhãozinho e o presidente Bolsonaro, o partido decidiu apoiar o outro grupo bolsonarista da cidade, liderado pela suplente de deputada federal Mariana Carvalho (PRB).

O vice de Mariana escolhido foi  Ribinha Cunha, empresário e produtor rural, liderança maçônica respeitada em todo o Maranhão e com vasta experiência política. Ribinha já foi candidato a prefeito e a vice-governador, e é irmão do prefeito e candidato à reeleição em Estreito (MA), Leo Cunha.

A chapa Mariana (PRB) e Ribinha Cunha (PL) acabou por unir partidos no Maranhão liderados por dois ferrenhos adversários políticos históricos: os deputados Aluísio Mendes (PRB) e Josimar Maranhãozinho (PL). São os milagres, mesmo que temporários, da política.

 

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