A figura do vice (presidente,
governador ou prefeito) possui um papel constitucionalmente definido. Ele
substitui o titular em casos de impedimento ou situações especiais, como
licença ou viagem ao exterior. Além das atribuições que lhe são conferidas, o
vice, segundo a Constituição, deve auxiliar o titular sempre que convocado para
missões especiais.
Uma vez eleito, o vice não pode ser demitido, e não há impedimento para que assuma cargos de livre nomeação, como secretário ou ministro. Por exemplo, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, foi nomeado Ministro de Estado do Desenvolvimento Econômico. No Maranhão, o governador Carlos Brandão nomeou seu vice, Felipe Camarão, para o cargo de secretário de Estado da Educação. Da mesma forma, o vice-prefeito de Imperatriz, Alcemir Costa, era, até recentemente, o secretário municipal de Saúde.
Isso demonstra que, ao formar
uma chapa para uma disputa eletiva majoritária, é natural que o líder do
projeto político, seja de forma unilateral ou ouvindo o grupo, considere uma
série de variáveis para chegar a uma definição. Assim, a escolha do vice muitas
vezes só ocorre quando partidos, coligações e, atualmente, federações estão
prestes a finalizar a ata.
Quem
São os vices ?
No segundo maior colégio
eleitoral do Maranhão, a escolha dos vices das principais candidaturas seguiu a
tradição local: foram revelados apenas durante as convenções, e, mesmo três
dias após o encerramento do prazo, continuam sendo um dos assuntos mais comentados
na cidade.
O primeiro a anunciar seu
vice, na verdade, sua vice, foi o candidato da federação PT, PV, PC do B, Marco
Aurélio. A suplente de deputada federal Gilvânia Ferreira, militante histórica
do PT e ativista social conhecida nacionalmente por sua luta pela reforma
agrária, foi escolhida.
O vice do publicitário e
empresário Nilson Takashi (NOVO) é o experiente engenheiro civil Ronaldo Reis Milhomem, descendente do primeiro gestor de Imperatriz Gumercindo Milhomem. Seu pai, já falecido, Ribamar Milhomem, foi vereador de
Imperatriz na transição da década de 1980 para a de 1990. Embora discreto,
Ronaldo ganhou popularidade nas redes sociais com vídeos críticos e propostas
para a infraestrutura da cidade. Filiado ao NOVO, forma uma chapa pura.
Outra chapa pura é a liderada
pelo candidato a prefeito Gabriel Araújo (PCB), estudante de Comunicação
Social, que optou por Reginaldo Lima, ainda pouco conhecido pela classe
política.
O polêmico jornalista Justino
Filho (PMB) também apresenta uma chapa pura, com o economista e professor
universitário aposentado Alberto Maia como vice. Maia, conhecido por seus
comentários em rádio e TV e por sua atuação nas redes sociais, tem um histórico
de envolvimento político e defesa do consumidor.
Inicialmente especulou-se que
o vice de Rildo Amaral (PP) seria Pastor Porto (Cidadania), mas, no último
momento, foi anunciado Carol Pereira (União Brasil). Filha de Imperatriz, Carol
não é uma figura midiática. Visivelmente é mais de bastidores, mas tem sido nos
últimos anos a braço direito do secretário-geral da mesa diretora da Assembleia
Legislativa, deputado estadual Antônio Pereira (PSB).
Na chapa liderada pelo deputado
Josivaldo JP cogitavam-se Carol Pereira ou Bruna Costa, esposa do Deputado Eric
Costa, como possíveis vices. No entanto, a escolha recaiu sobre o médico Daniel
Fiim (PMN), anunciado durante a convenção no dia 5 de agosto. Nascido em Imperatriz,
Daniel é filho do ex-vereador e interventor de Montes Altos Francisco Fiim, dele
herdando a veia política e a fé católica. Com experiência em cargos públicos e
pré-candidaturas anteriores Daniel Fiim chegou a ser cogitado como um possível
candidato a prefeito, mas optou por se unir ao projeto JP
O vice de Mariana escolhido
foi Ribinha Cunha, empresário e produtor
rural, liderança maçônica respeitada em todo o Maranhão e com vasta experiência
política. Ribinha já foi candidato a prefeito e a vice-governador, e é irmão do
prefeito e candidato à reeleição em Estreito (MA), Leo Cunha.
A chapa Mariana (PRB) e
Ribinha Cunha (PL) acabou por unir partidos no Maranhão liderados por dois
ferrenhos adversários políticos históricos: os deputados Aluísio Mendes (PRB) e
Josimar Maranhãozinho (PL). São os milagres, mesmo que temporários, da
política.