10/11/2024

É PRECISO SAIR DA ILHA

 

ElsonMAraujo

 

Alguns temas são recorrentes aqui neste espaço. Não tenho nenhum constrangimento com isso, porque alguns desses assuntos já alcançaram as bênçãos da atemporalidade e, pelo menos para mim, são sempre bem-vindos. É o caso da faculdade inerente ao ser humano de o tempo todo julgar tudo e todos, já explorado numa crônica que publiquei em março de 2016.

Todos nós somos julgadores, o problema é que os julgamentos estão cada vez mais superficiais e quase sem fundamento. Daí, por conta disso, o risco de a sociedade planetária entrar, num sentido amplo, num período de trevas. A tão combatida intolerância e seus desdobramentos, ao meu sentir, são as filhas malditas dessa superficialidade que tem custado caro aos povos da Terra.

Não é difícil perceber que a sociedade moderna hoje se reveste em milhares de impenetráveis microcosmos que não se comunicam, não interagem, e estão ficando, num processo contínuo, a cada dia mais distantes de qualquer contraditório, com cada um cimentando e defendendo suas verdades. O escritor e colunista Moisés Naím, especialista em economia e política internacionais, a grosso modo, denomina esses microcosmos e micropoderes. Já abordei esse tema também por duas vezes neste espaço. É a partir dessas bases que são feitas as escolhas, não só das coisas, mas também dos governos.

Escolher ou julgar um fato, uma coisa, um destino tendo por base um “único lado da moeda” é perigoso em todos os sentidos, até porque nada é absoluto. Defendo que é preciso olhar o todo, analisar todas as variáveis possíveis para um aprimoramento dos nossos julgamentos, ou para um melhor fechamento das nossas escolhas, seja a compra de um carro ou do próximo dirigente do município, do Estado ou do País. Como diria o Prêmio Nobel de Literatura de 1998, o português José Saramago: “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.” E aí eu completo: é preciso visitar outros “cosmos” para conhecer o universo por inteiro.

Julgar não deixa de ser uma escolha, já que você opta por essa ou aquela tese. O homem é assim, um animal julgador por essência. Julga não só pessoas, mas também fatos e coisas. “Nem a mãe natureza escapa”. São julgamentos, na maioria das vezes, sem direito ao contraditório e à ampla defesa, onde o indubio pro reo, máxima do direito que diz que na dúvida deve-se beneficiar o réu, anda a léguas de distância. As sentenças são sumárias, e quase todas condenatórias. Coitados de nós.

Vivemos tempos em que as opiniões voam como penas ao vento, espalhando julgamentos levianos. E o problema não é apenas julgar, mas a rapidez com que se forma um veredicto. Um deslize capturado por uma câmera de celular vira motivo de execração pública em minutos. Em questão de horas, uma vida pode ser arruinada sem que haja espaço para o outro lado da história. A superficialidade, alimentada pela necessidade urgente de opinar, não nos permite ver a profundidade de cada ser humano, de cada situação.

Ainda há tempo de refinar nossa arte de julgar. Talvez o grande segredo seja deixar de lado a ansiedade de emitir um parecer imediato e, antes de mais nada, escutar. Escutar o outro, o silêncio, as entrelinhas. Porque, afinal, antes de julgar o mundo, é preciso primeiro entender o que se passa dentro de nós mesmos.

10/10/2024

Cerca de 90% dos prefeitos eleitos no sudoeste maranhense são aliados do governador Carlos Brandão, diz presidente da Agemsul


Vagtônio Brandão anuncia que agora o esforço é para eleger Rildo Amaral

 

O presidente da Agência Executiva Metropolitana do Sudoeste Maranhense (Agemsul), Vagtonio Brandão, destacou em entrevista à imprensa o desempenho expressivo dos aliados do governador Carlos Brandão nas eleições municipais de 6 de outubro. De acordo com o gestor, quase 90% dos prefeitos eleitos no sudoeste do Maranhão pertencem à base aliada do governo estadual. “Em apenas três dos 22 municípios, à exceção de Imperatriz, que ainda terá segundo turno, o governo não conseguiu a eleição ou reeleição”, afirmou Vagtonio.

Entre os principais destaques, ele mencionou Tony Brandão (MDB), reeleito prefeito de Buritirana. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), Tony foi o sexto mais votado no estado, alcançando 83,19% dos votos, o que o coloca como o mais votado da região. “Esse resultado mostra a confiança da população no trabalho realizado, e Tony, que fez uma administração excepcional, é apenas um dos exemplos”, comentou.

Além de Tony, Vagtonio ressaltou outras vitórias expressivas na região, como Bartolomeu, em Senador La Rocque, Domingos França, em Montes Altos, e Deoclides Macedo, em Porto Franco, todos superando a marca dos 70% dos votos. "Esses resultados reforçam a força política do grupo aliado ao governador Brandão, especialmente na área de abrangência da Agemsul", frisou.

O presidente da Agemsul também destacou a postura municipalista de Carlos Brandão, que, segundo ele, tem sido fundamental para o desenvolvimento dos municípios do sudoeste maranhense. "Os investimentos em infraestrutura e saúde têm sido significativos e fazem a diferença para os prefeitos da nossa região se destacarem", afirmou.

Quando questionado sobre o cenário eleitoral de Imperatriz, Vagtonio, que apoiou Josivaldo JP no primeiro turno, elogiou a conduta do candidato durante a campanha. "JP foi um gigante, fez o que estava ao seu alcance. Mesmo sem ter vencido, ele continua sendo um grande aliado do governador e tem o nosso respeito", disse.

Sobre o segundo turno em Imperatriz, Vagtonio foi direto: "Agora, somos Rildo Amaral."

 

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