9/28/2010

Resistência de Jackson Lago chama atenção da imprensa nacional

A resistência do ex-governador Jackson Lago de manter firme sua candidatura ao governo do Estado desperta a atenção da grande imprensa. A Folha de São Paulo, por exemplo, publica na edição de hoje uma entrevista com Lago onde este reitera o propósito de não recuar da disputa pelo governo do Estado. Ele acredita, firmemente, que o TSE vai confirmar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que o considerou legalmente habilitado para ser candidato.

Confiante, Lago segue normalmente a agenda de campanha. Amanhã, cedo, ele desembarca no Aeroporto de Imperatriz. Cumpre vasta agenda na região. João Lisboa, Buritirana, Amarante, São Pedro da Água Branca, Vila Nova dos Martírios, Açailândia, Porto Franco e Imperatriz são cidades incluídas nesse ultimo roteiro antes do dia três de outubro.

Em Imperatriz, nesta quarta-feira (29) à tarde, Lago participa de uma carreata que terá como ponto de partida a Avenida Bernardo Sayão.

Abaixo a reprodução da entrevista do ex-governador à jornalista Elvira Lobato, enviada pela Folha para cobrir as eleições no Maranhão.

Oposição pressiona para Lago desistir da campanha


Por Elvira Lobato

(Enviada especial ao Maranhão)


Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto ao governo do Maranhão, o ex-governador Jackson Lago (PDT), 75, está sendo pressionado a desistir da campanha, se o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não julgar a impugnação de sua candidatura até sexta-feira.

Lago resiste à pressão e diz que seguirá candidato, mesmo com a espada do TSE sobre a cabeça. Se for para o segundo turno e o TSE cassar a candidatura, seus votos serão anulados e a atual governadora, Roseana Sarney (PMDB), estará reeleita.

Lago diz que a desistência equivaleria a admitir que tem ficha suja e seria uma traição aos companheiros do PDT: “Tenho 40 anos de ficha limpa na política. Quem tem ficha suja é a família Sarney”.

O ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), candidato ao Senado, pede abertamente que Lago desista e indique a mulher, Clay Lago, para substituí-lo. A legislação permite que ele faça isso até a véspera da votação.

O PSB está coligado com o PC do B local, e o candidato da chapa ao governo, deputado federal Flávio Dino (PC do B), cresce nas pesquisas.

No ano passado, Lago perdeu o mandato de governador porque o TSE julgou que houve abuso de poder na campanha que o elegeu, em 2005, o que ele atribui a uma manobra da família Sarney.

A impugnação de sua atual candidatura foi feita pelo Ministério Público Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. O TRE maranhense rejeitou a impugnação de Lago bem como a de Roseana Sarney (PMDB), que foi feita pelo PSDB.

Nos dois casos, houve recurso ao TSE. O processo contra Roseana foi rejeitado pelo ministro Hamilton Carvalhido, que também é relator do processo de Lago. O candidato diz que o caso de Roseana foi resolvido em três dias, enquanto o dele está na gaveta há 40 dias. Para ele, a demora faz parte de um acordão para reeleger Roseana.

Não seria a primeira vez que um governador se elege no Maranhão com a anulação de votos do adversário.

Em 2002, José Reinaldo Tavares, que tinha sido vice-governador de Roseana, ganhou a eleição no primeiro turno graças à anulação dos 114 mil votos obtidos por Ricardo Murad. Cunhado de Roseana, Murad reconciliou-se com a família Sarney, enquanto Tavares passou de aliado a inimigo.

Segundo Tavares, Lago teria prometido retirar a candidatura se houvesse risco de seus votos serem anulados, e que não seria “coveiro da oposição”. O pedetista nega ter dito a frase, e declara que, comparados com ele, Tavares e Dino não têm experiência de oposição.

“Esta é a primeira eleição que o doutor José Reinaldo participa como oposicionista. Até então, recebeu mandatos do grupo Sarney. Espero que receba lições importantes e que se torne mais um a lutar para o Maranhão ter mais dignidade”, disse.

Sobre Dino, disse ser “um jovem inteligente e talentoso”, com boa estrada pela frente e que pode ser útil ao Maranhão “futuramente”.

Roseana Sarney (PMDB), mantém-se na liderança, mas sua diferença sobre os dois candidatos caiu de 11 para 6 pontos percentuais.

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