A cruzada a favor da fitoterapia ganha força no Brasil depois da série de reportagens veiculadas no Fantástico pelo médico Drauzio Varela que visivelmente tenta satanizar a prática milenar das pessoas buscarem nas plantas a cura, ou o alívio para os males do corpo.
Trocando em miúdos: "em nome da ciência" o doutor Varela tenta desestimular os brasileiros a deixar de lado o hábito cultural do “Chazinho do Vovó” herança dos nossos índios e dos nossos ancestrais africanos, que sempre souberam usar na “dosagem certa” e, com eficácia, a infinidade de ervas, cascas, e extratos tirados diretamente da nossa rica natureza, sem nenhum efeito colateral.
Em Imperatriz Varela além de detonar o trabalho com plantas realizado pelo professor Frazão, da Universidade Estadual do Maranhão, colocando-o para o Brasil e o mundo como um charlatão, ainda falou mal da cidade. Imperatriz, e seu povo se sentiram profundamente ofendidos pela poderosa Rede Globo, que historicamente sempre vendeu o Maranhão de forma negativa.
Recebo, por email, de representantes da Biblioteca Chico Mendes, o seguinte manifesto ( abaixo assinado) em defesa da Fitoterapia.
EM DEFESA DA FITOTERAPIA E DA DIGNIDADE HUMANA
Nós, abaixo assinados, apresentamos nossos protestos de apoio à Fitoterapia, às práticas tradicionais de saúde, às práticas integrativas e complementares, ao uso das plantas medicinais e à valorização do saber tradicional em saúde;
Contra o desrespeito à cultura e à tradição popular em saúde, contra a expropriação dos saberes médicos tradicionais; contra falta de ética e contra o desrespeito à dignidade humana no jornalismo e na política;
Contra a entrega irresponsável da nossa flora medicinal às mãos daqueles que desejam desacreditar o saber médico popular em Fitoterapia e destruir os valores culturais e etnomédicos das plantas medicinais, para apropriar-se da biodiversidade das matas brasileiras enquanto chamam de idiotas os seus proprietários de fato e de direito;
Contra a entrega dos nossos direitos de escolha, enquanto cidadãos e enquanto profissionais de saúde, às mãos de representantes ilegítimos que auto-elegem donos da verdade e baluartes da ciência; contra a manipulação dos nossos direitos de escolha por sensacionalistas e falsos profetas que usam da sua faculdade de exposição na mídia para propagar seus interesses: não, obrigado;
Contra a equiparação das plantas medicinais e dos fitoterápicos aos medicamentos químicos, sintéticos e industrializados a partir de princípios ativos isolados;
Em favor do direito de escolha da comunidade em relação às opções de tratamento e aos cuidados à sua saúde, bem intransferível e inalienável;
Em favor do direito dos profissionais de saúde de exercerem a sua arte e sua ciência de forma responsável, com base em dados concretos, avaliados de forma ampla, geral e irrestrita do ponto de vista científico, sem beneficiar um único paradigma;
Em favor de mais apoio à pesquisa na área de Fitoterapia e plantas medicinais, especialmente aquela voltada para o fortalecimento das políticas públicas de saúde e para o desenvolvimento de fitomedicamentos, devolvendo benefícios às comunidades nas quais as tradições dos usos de plantas medicinais foram estudadas e pesquisadas;
Em favor da efetiva implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS e do imediato financiamento ao Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no SUS;
Em favor do direito de resposta aos especialistas, Mestres, Doutores, pesquisadores e profissionais de saúde praticantes da Fitoterapia Científica, para defender as verdades sobre as pesquisas envolvendo plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos; especialmente resgatando os direitos dos profissionais citados e difamados em reportagens tendenciosas e antiéticas;
Em favor do direito de resposta aos cidadãos que utilizam plantas medicinais de forma tradicional há décadas, e cujas famílias usam-nas há séculos, resgatando o seu direito de defender sua cultura, sua tradição e os seus saberes contra os abusos do terrorismo falacioso;
Em favor da verdade dos fatos e do esclarecimento público;