O senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso dão entrevista durante seminário promovido pelo PSDB e o ITV (Instituto
Teotônio Vilela)
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
O senador Aécio Neves
(PSDB-MG) afirmou nesta segunda-feira (3), em Brasília, que não pretende
“antecipar etapa” e anunciar a sua candidatura à Presidência da República antes
de 2014 “porque não acha produtivo”, mas que irá “cumprir o seu papel” e trabalhará
para mandar o PT para a oposição. “Eu vou cumprir o meu papel, qualquer
que seja ele. Eu só não vou antecipar etapas porque não acho produtivo”, disse
Aécio.
“Eu vou fazer um esforço enorme, independente da posição que
tenha nesse processo, em benefício do país, e talvez em benefício do próprio
PT, que é trabalhar para fazer com o que o PT volte para a oposição. Isso é bom
para o país, que vamos ter um governo eficiente e ético e é bom para o PT,
porque quem sabe ele se reencontra com as suas origens que ele perdeu ao longo
dessa longa caminhada”, acrescentou.
Em convenção que reuniu na capital federal prefeitos tucanos
eleitos e lideranças do partido, o nome de Aécio foi novamente defendido pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como líder do partido. “É possível
ganhar da presidente Dilma Rousseff em 2014. O senador Aécio Neves é um nome e,
desde já, deve assumir as suas responsabilidades de líder político” afirmou FHC.
Em entrevista ao UOL e à "Folha de S.Paulo", FHC disse que o mineiro deveria se lançar "já"
à corrida presidencial de 2014 (veja
a entrevista ao lado). “A ideia de que você precisa esperar, porque vai ser
desgastado, não adianta. Acho que ele deve assumir”, afirmou o tucano na
entrevista.
O
presidente da sigla, Sérgio Guerra, também endossou o apoio a Aécio dentro do
partido. . “É verdade que o PSDB tem prováveis nomes para presidente da
República, além do nome do Aécio Neves, mas também é verdade que no PSDB
inteiro há enorme preferência, senão consenso, em torno do ex-governador de
Minas Gerais para ser nosso candidato à Presidência da República”, defendeu
Guerra.
“Não
há ninguém que tenha significação eleitoral dentro do PSDB que não torça
objetivamente para a candidatura de Aécio. Aécio é seguramente o candidato da
grande maioria do PSDB, todos terão chance, mas o candidato que nos une, na
minha opinião pessoal e na opinião de 99% do partido, é o Aécio, verdadeiro
candidato do partido e que deve ser o presidente do partido”, disse o atual
presidente da sigla.
“Eu
cumprirei o meu papel, sem açodamento”, disse Aécio, acrescentando que, antes,
o partido precisa apresentar à sociedade em 2013 uma agenda com as propostas do
partido para, “no amanhecer de 2014”, lançar um nome. Como parte dessa agenda,
Aécio afirmou que o partido precisa deixar claro o que oferece em contrapartida
ao PT, como “comportamento ético” e “eficiência da gestão pública”.
“O
PSDB sai como a mais sólida proposta oposicionista do Brasil. Estarei disposto
a viajar pelo Brasil, assim como, inclusive o presidente FHC, um dos maiores
instigantes pensadores do Brasil hoje”, disse Aécio.