Sabe aquele corte de
cabelo que os brasileiros fazem mensalmente? Ele ficou mais caro em 2013, junto
com o refrigerante e a água mineral também consumidos fora de casa, e a
manicure. Talvez os brasileiros nem tenham percebido a diferença, que acaba
diluída entre outros gastos cotidianos de maior relevância. Mas esse inofensivo
ato de cortar as madeixas ajuda a compor um importante setor da economia, o de
serviços, cujo crescimento dos preços tem ficado acima da inflação geral – que
é de 5,91%, enquanto a de serviços atingiu 8,75% em 2013. Pior do que isso:
pode pesar ainda mais no bolso em momentos de grande demanda, como durante uma
Copa do Mundo.
“O período da Copa envolve uma série de riscos inflacionários.
Pode haver uma pressão mais concentrada do setor de serviços, que contará com
uma demanda adicional, por mais que esses valores possam ser diluídos depois”,
afirma Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da
Universidade de São Paulo (USP). “A probabilidade de o IPCA ficar acima do teto
em 2014 não é pequena”, ressalta.