Jorcy de França
Por Domingos Cezar
Demonstrando profundo conhecimento do tema, o engenheiro
Jorcy de França Aguiar contou, inicialmente, passos da história do saneamento
no Brasil, passando pelo período da ditadura militar, com a criação do BNH –
Banco Nacional da Habitação e o PLANASA – Plano nacional de Saneamento que
impôs a criação das empresas de economia mista nos estados, no caso do
Maranhão, a CAEMA.
O engenheiro afirmou que em Imperatriz o diagnóstico
iniciou com a matriz de prioridades (GUT), que segundo ele são: Captação e
adução de água bruta (insegurança operacional), Tratamento, citando como
necessidades, a instalação de macromedição, manutenção de equipamentos e de válvulas
de controles, bem como de instalações, e Reservação, adequada quanto ao volume.
Ainda dentro do diagnóstico, a Distribuição, onde
encontrou: ausência de anéis de distribuição, de redes adequadas, de cadastro
técnico, de padronização das ligações, de cadastro técnico para gerenciamento
da manutenção. Na Comercialização, onde destacou como deficiências, reduzido
número de hidrômetros, cobrança por estimativa, regulamentação de serviços e
relacionamento com os usuários.
Jorcy Aguiar fez uma comparação mostrando que, pelas
contas de taxas de água e esgoto dos imperatrizenses ser cobradas pela
“olhômetro”, ou seja, por estimativa, e está pagando a conta mais cara que a
cobrada pela SABESP à população paulistana, aonde se sabe que a capital
paulista está sofrendo com a ausência de água em seus reservatórios. “E essa
deficiência se dá por falta de hidrômetro”, afirmou.
O engenheiro disse que o estudo observou como
deficiências no esgoto sanitário, a rede de distribuição deficitária,
tratamento preliminar ineficiente e sem manutenção e inexistências de
investimentos. Afirmou que o estudo também considera como ponto forte, a
disponibilidade de recursos hídricos dos mananciais, qualidade dos mananciais e
existência de unidades de tratamento d’água.
O consultor técnico citou no prognóstico que o desejável
é: regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generosidade,
cortesia na prestação de serviços e modicidade nas tarifas. “Para que se possa
garantir um serviço adequado são necessários investimentos nos próximos 30 anos
na ordem de R$ 430 milhões, aplicando no primeiro ano algo em torno de 120
milhões”, afirmou Jorcy Aguiar.
O engenheiro finalizou argumentando que há dois rumos a seguir: ou deixa como estar prosseguindo com o contrato que se alonga até o ano 2024 correndo o risco de ampliação da crise pela crescente demanda de água e da ausência de investimentos, ou busca providências para garantir a implantação do Plano. “Para tanto há fontes de recursos no BNDES, CEF, BNDES/FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) e BIRD”, concluiu.