Elson Araújo
Com o passar dos anos os
papéis se inverteram: antes quando
qualquer pessoa desse lado do País sentia uma “ dor na unha”
ou algo mais grave, pegava o primeiro transporte e ia tentar buscar
alivio em Teresina (PI). Muitos, num
efeito placebo, ficavam curados antes
mesmo de chegar à capital do Piauí.
O tempo passou e hoje a
realidade é outra. Teresina ainda recebe
pacientes desse lado do Brasil, mas não na mesma proporção de antes; até mesmo pelas barreiras legais e burocráticas impostas pelo Governo. Por conta disso o destino dos pacientes de pelo menos cem cidades desse
lado do País, incluindo algumas do Sul
do Pará e Norte do Tocantins, tem sido Imperatriz, onde o sistema de saúde
pública é de alta complexidade.
Com os mesmos recursos de sete
anos atrás, com o desmantelamento, ou porque não dizer, a falência da saúde nos municípios de pequeno e médio porte dessa microrregião do País, Imperatriz passou a ser a “ Meca” dos
pacientes graves e, não graves, oriundos
dessas plagas; e o
Socorrão passou a ser a grande Mesquita aonde estes
vêm em busca de alivio.
O resultado disso é que em Imperatriz o número de atendimento dobrou e o município
quase não suporta mais manter aquele o Hospital Municipal aberto.
O Socorrão ainda não fechou devido
ao esforço descomunal do prefeito Madeira e da secretaria Conceição Madeira que
têm sacrificado outras prioridades e com
o pouco que entra no tesouro municipal vêm, a duras penas, mantendo aberta aquela casa de saúde, não se sabe mais por quanto tempo.
A saúde é um direito todos e
um dever Estado, sabe-se disso. O problema é que a cada dia que passa, com a escassez de recursos, e a visível falência do SUS no Brasil, fica
mais difícil para os gestores cumprirem esse, e outros dispositivos (princípios) constitucionais relacionados à assistência médica ao cidadão que desta
precisa. Nesse mesmo patamar vai chegar o momento
em que de nada vai adiantar as
intervenções do Ministério Público, Defensoria Pública ou mesmo as decisões do poder judiciário a favor dos
inúmeros pacientes que a eles recorrem como a “ última esperança” de conseguir
atendimento, se não houver a devida cobertura financeira.
O cenário futuro ( breve)
não é dos melhores. Se ta ruim, tende a
fica pior.
O sistema de saúde do Brasil e de Imperatriz pedem socorro.