Entre adotar uma conduta proativa e ajudar a salvar
uma vida, na mais elementar delas usar o celular para acionar as unidades de socorro, muitos seres ditos humanos têm preferido usar o mesmo aparelho para
conseguir o melhor ângulo da tragédia e postá-la como um troféu no maior número de grupos
de whatsapp que for possível bem como em outras mídias. A, ou as vítimas, que se danem e se afoguem, nas poças de sangue em que estão mergulhadas e que torçam para que um humano, com compaixão, apareça com a ajuda devida.
Esse
é um dos efeitos colaterais do avanço das novas mídias: o surgimento de um comportamento anômalo diante de uma situação que envolva ocorrências de
natureza grave com vítimas que precisam de socorro imediato. A maioria nem pensa em sacar o telefone para chamar a polícia, Samu,
ou os parentes das vítimas, mas sacá-lo para colher as “ melhores imagens” e
exibi-las em tempo quase real na grande rede, ou quem sabe faturar vendendo o produto da
tragédia para alguma emissora de TV.
Esse
fenômeno fatalmente nos remete àquela passagem do evangelho de Mateus que diz “ E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos
esfriará .
Diante desse embrutecimento do SER, surge a necessidade de uma reflexão geral sobre o
comportamento humano diante do que eu chamaria de “manejo
humanizado da tecnologia ou das novas mídias”
.
Refletir
sobre esse tema é preciso, fortalecer
nosso lado humano, também.