Desde o aparecimento
do fenômeno El Niño,
e de suas consquencias no Brasil, o Maranhão pela
graça “ do Altissimo” , vinha
ficando de fora do seus resultados mais
drásticos agora, é visível que isso
mudou. E os maranhenses já sentem seus
efeitos com a falta de chuva e o aumento da temperatura. Em “ eras” anteriores , nessa época do
ano, a chuva era abundante e deixava animado os
agricultores, notadamente os plantadores de soja e milho do Sul do Maranhão.
Muitos, cansados de esperar pela chuva,
já desistiram e já começam a
contabilizar os prejuízos. Nenhuma
agência especializada, seja Federal ou Estadual, apareceu ainda para mostrar o tamanho do
estrago que a falta de chuva já provocou no Sul do Estado, mas isso já é
sentido nas regiões de Balsas e São
Raimundo das Mangabeiras, com o grande número de operários dispensados das
fazendas de soja.
A falta de chuva nesse lado do Estado , por consequência, também afeta a criação de boi . “ Sem chuva o pasto fica comprometido e o
gado fica magro” comenta um pequeno
criador para em seguida completar: “ as
nascentes dos riachos que cortam a nossa região também começam a ser afetadas.
Moro nessa região há mais de 40 anos e nunca tinha visto uma coisa dessa” asseverou o criador.
EL NINO
“O fenômeno El Niño, que é o superaquecimento das águas de superfície do
Pacífico, deve se fortalecer ainda mais antes do fim do ano e se tornar um dos
mais intensos já registrados com intensa atuação na América do Sul ” já afirmava há três meses a OMM (Organização
Meteorológica Mundial) o que agora se confirma.
Por ser conectado ao clima global -- associado a secas, tempestades e inundações em outros lugares -- essa anomalia causa preocupação. O atual El Niño já é o mais forte registrado nos últimos 15 anos, e segundo os meteorologistas.
O El Niño é causado por uma desaceleração dos ventos alísios, que sopram na direção oeste perto do equador. Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes.
Desta vez, a média de temperatura ao longo de três meses já está 2°C acima do normal. Isso põe o El Niño atual já no mesmo patamar que os de 1972/73, de 1982/83 e de 1997/98
“Agora achamos que ele realmente vai ser um dos três mais fortes já registrados, senão um dos dois mais fortes, mas ainda não sabemos”, disse Michel Jarraud, secretário-geral da OMM, que é um braço da ONU (Organização das Nações Unidas).