(Elson Araújo)
O estômago e as lágrimas costumam mudar e a determinar a rota das
coisas. A história tem demonstrado isso. Nações inteiras já vieram abaixo e
outras erguidas, e reerguidas pela força das lágrimas e do ronco dos estômagos.
Pelas lágrimas e pelo estômago surgiram e se sedimentaram ideias, ideais e
ideologias. Por elas vieram o fundamentalismo e as guerras. A força das
Lágrimas, bem como do estômago geraram vida, mas também mortes.
Por vezes as lágrimas ganham mais importância do que o estômago. Não
importa o fato gerador; se falsas ou verdadeiras, lágrimas costumam provocar
reações diversas, seja individual, ou coletivamente.
O grande problema é que as lágrimas podem enganar, {os marqueteiros
sabem disso} e motivar escolhas que redundem em mais lágrimas lá na frente. Não
lágrimas de alegria, mas de arrependimento. No atual momento nacional não
podemos nos “entregar ao luxo” de permitir que a emoção sufoque a razão.
Não resta dúvida de que há um preço alto demais a se pagar, hoje e
amanhã, por uma escolha ruim quando a questão é o destino do Brasil dos
próximos anos.
Embora tenhamos mais de 500 anos somos muito frágeis. Nossa economia
ainda é dominada pelo capital volátil e nossa jovem democracia é ameaçada o
tempo todo. Diria que diante de outras nações ainda andamos segurando nas
paredes e isso é preocupante.
O País precisa deixar de se segurar nas paredes. Mudar, isso é um fato,
é preciso, mas não motivados pelas lágrimas “ induzidas pelos preparadores de
elenco ou pelas pranchetas de criativos marqueteiros, que podem facilmente
induzir a nação a erro, erro que pode custar caro”
O momento, mais do que nunca, é o da razão se sobrepor à emoção.