Stepehen Hawking morreu. Tinha 76 anos. O físico que capturou a imaginação pública de um jeito que apenas Einstein o fizera antes era, também, o
maior cosmólogo vivo. Em 1973, tendo perdido fazia pouco a capacidade de falar, intuiu uma ideia, fez umas contas, e descobriu que, diferentemente do suposto pela mecânica quântica, buracos negros, a um ponto, desaparecem numa explosão de radiação e partículas. Não são negros — e pulsam.
Até uma década antes, fora um aluno relapso ao fim da graduação, em Oxford. Mas, antes de explicar buracos negros, já havia percebido com o amigo de toda a vida, Roger Penrose, que no fundo do espaço-tempo, no instante após o Big Bang, a gravidade é tão forte que cria uma região de curva infinita.
O físico foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica aos 21 anos, em 1963, e lhe deram dois anos de vida. Sobreviveu 55. Lutou contra todos seus limites. Só largou as muletas quando se tornaram impossíveis, era conhecido por apostar corridas de cadeira de rodas, e após completar 60 quebrou a perna tentando fazer uma curva a toda no campus de sua Cambridge. Andou de balão, flutuou sorrindo pela gravidade zero, dançava, foi autor de um dos maiores best sellers científicos — Uma Breve História do Tempo (
Amazon). Gostava de ser ícone pop — nos
Simpsons,
Star Trek,
Big Bang Theory ou onde fosse.
A Teoria de Tudo (
trailer), filme sobre sua vida, valeu ao ator Eddie Redmayne um Oscar. Hawking teve dois casamentos e três filhos. (New York Times)