Inquieto, provocador, sagaz, culto e muito inteligente assim era o
radialista Henrique Augusto de Miranda, o popular Chico Arara, morto aos 52
anos em decorrência de problemas cardíacos segundo informes vindo da sua São João dos Patos, cidade
de onde se projetou para o resto do Maranhão.
Arara, que também era escritor,
morreu no último Domingo na Unidade de Pronto Atendimento daquela cidade.
A Verdade era o nome do programa que
o radialista apresentava na Rádio Sertão FM de onde projetava seus
comentários e entrevistas repercutidos a exaustão pelas redes sociais. Ali entrevistou diversas personalidades da
política maranhense como o governador Flávio
Dino, a ex-governadora Roseana Sarney, diversos deputados federais e estaduais,
o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, que
não escondia de ninguém a admiração por
ele. Até mesmo o então candidato a presidente da
República Geraldo Alckmin chegou a ser entrevistado por ele.
A morte prematura do radialista de
traços polêmicos repercute tanto nos meios jornalísticos quanto
políticos.
Sobre ele o também inquieto
jornalista Roberto Lobato escreveu “ Sempre dei valor às pessoas
espontâneas, autênticas, versáteis, enfim, verdadeiras, que prezam uma boa e
saudável polêmica. Infelizmente, a vida resolveu deixá-lo no início da noite
deste domingo, 3, para tristeza de seus familiares e uma legião de amigos que
ficam órfão da sua alegria e irreverência”
O senador Roberto Rocha também lamentou a morte do radialista. Para ele
a morte de Chico Arara abre uma imensa lacuna na comunicação maranhense,
sobretudo na porção do Estado da qual ele fazia questão de exaltar. “ Um
comunicador de valor que o Maranhão perde” disse o parlamentar.
A ex-deputada federal Luana Costa também se manifestou por meio das
redes sociais: “ Chico Arara foi um amigo e incansável divulgador de nossas ações enquanto parlamentar federal e por esta razão
não poderíamos deixar de fazer esta justa homenagem valorizando o profissional e
o homem que nos deixou” escreveu.
O ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira também se manifestou sobre
a morte do comunicador. Os dois se aproximaram depois de uma polêmica
entrevista dada ao programa A Verdade
que viralizou no Estado e também pelo gosto comum pela literatura. Guimarães Rosa ajudou ainda mais a
sedimentar a amizade.
Ainda no Domingo Madeira escreveu e divulgou a seguinte nota num grupo
de WhatsApp de São João dos Patos:
A NOTA DO MADEIRA
Conheci o Chico Arara através
deste grupo. Desafiou-me a
participar de uma entrevista no seu programa. Marcou o dia e ficou me
instigando. Fizemos uma entrevista memorável que repercutiu em todo o Maranhão.
Passei a conviver e admirar o Chico a
partir daí. Esteve em Imperatriz a meu convite e também em São Luis cobrindo
eventos políticos.
Apaixonado por Guimarães Rosa, citava trechos de Grandes Sertões
Veredas, na maioria de seus escritos.
Amante da vida, poeta, gente do melhor quilate.
Citando seu autor preferido " O
correr da vida embrulha tudo ! A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem". Isso o
Chico Arara tinha muita. Era um homem de muita coragem. Defendia o que acreditava
independente das consequências.
A passagem do Chico para outro plano
deixa órfãos seus filhos
Kalil e Kauana , a desolada sua esposa Jôse, mas deixa também numa espécie de orfandade todos os seus amigos e admiradores , entre os
quais humildemente me incluo.
Vai com Deus Chico. Só podemos acreditar
que estais sendo necessário em outros lugares. É a única razão que atinamos para que sejas levado tão
precocemente.
E por fim cito mais uma vez teu
escritor favorito na sua memorável obra prima:
"A vida é ingrata no macio de
si, mas transtraz a esperanca mesmo no meio do fel do desespero".
Adeus Grande Chico Arara.
Seu admirador sempre
Sebastiao Madeira