A situação se
complicou nos últimos dias por causa das fortes chuvas que caem na região
Buriticupu, a cidade maranhense que
há anos vem sendo engolida pelo fenômeno geológico chamado voçoroca, pode até
apresentar uma situação mais grave, uma vez que por causa do problema já
“sumiram do mapa” mais de 50 imóveis,
mas em menor proporção as cidades de Açailândia e Bom Jesus das Selvas também
enfrentam essa situação.
Há exato um ano O Progresso publicou ampla reportagem, com fotos e entrevistas, sobre a situação da cidade, que só piorou nas últimas semanas por causa do período chuvoso, o que levou o Governo do Maranhão a inclui-la entre as que hoje recebem uma atenção especial com a distribuição de cestas básicas e outros itens do “guarda-chuvas” social”, mas nada, até agora, de qualquer anúncio quanto ao combate à voçoroca.
A voçoroca é um tipo de erosão que se caracteriza pela formação de grandes
buracos causados pela chuva em solos, geralmente, onde a vegetação é escassa e
não tem mais força para protegê-los, resultado, pelo diagnóstico dos
estudiosos, de anos de desmatamento predatório e o mau uso do solo.
Buriticupu fica distante 395 quilômetros
da capital, e a 219 quilômetros de Imperatriz, principal cidade da região
tocantina maranhense, é margeada pela BR 222, na área de influência da Bacia
Hidrográfica do Rio Pindaré.
O escritor, professor e jornalista
Isaias Neres vem há muito tempo “tentando mostrar para o mundo” a situação de
Buriticupu. No seu canal no Youtube já são diversos os vídeos. Ontem, 28, ele
esteve na cidade de Imperatriz e deu entrevistas em algumas emissoras.
Em um dos vídeos (documentário) Neres
conta que Buriticupu hoje é sitiada por pelo menos 20 grandes
erosões que têm avançado, segundo ele, muito rápido vindo a causar um rastro de
destruição. Uma das falhas já chega a
mais 500 metros de extensão, 80 de
largura e 50 metros de profundidade.
O registro do professor confirma que
pelo menos 50 residências já foram engolidas, e outras estão sob
ameaça.
Outro problema ambiental grave,
ocasionado pelas erosões, é o assoreamento dos riachos que cortam a cidade. Uma
ameaça iminente para o abastecimento d´água potável da cidade. Por enquanto o
riacho mais comprometido, segundo Isaias Neres, é o Cajazeira.
O professor Isaias informa que
acidentes já são frequentes e que já foi registrada pelo menos uma morte.
Além da destruição dos imóveis, o que
inclui casas e terrenos, Buriticupu corre o risco de ficar isolada. É que
algumas dessas erosões avançam na direção da BR-222, a famosa Açailândia/Santa
Luzia.
Alguns moradores, com medo, não
dormem mais. Outros, como o senhor João Batista, que mora na Vila Isaias,
ameaçado de perder um patrimônio avaliado e mais de um milhão de reais, só
conseguem dormir à custa de medicamentos, conforme relata no documentário produzido
pelo professor Isaias Neres.