Por iniciativa do Clube de Leitura da Biblioteca Maria Firmina dos Reis, da cidade de João Lisboa (MA) e intermédio da socióloga Maria Natividade Silva, o livro Universo Aberto (crônica e contos reunidos) de nossa autoria foi lançado naquela cidade no último sábado, 01 de abril.
O livro, embora lançado ano
passado, ainda rende convites, e iniciativas,
como o que partiu da cidade de João
Lisboa
A fala do autor,
Ei-la
Não há como as palavras iniciais não serem de gratidão. Obrigado ao Clube de Leitura da Biblioteca Maria Firmina dos Reis, na pessoa da professora Maria Natividade, por tão singela oportunidade de apresentar nosso livro.
Não sei o nome de todo mundo,
mas fica o agradecimento a todos que direta, e indiretamente, contribuíram para
a realização deste evento.
Gratidão aos confrades da
Academia Imperatrizense de Letras (AIL) que deixaram suas casas em um dia de sábado,
lá em Imperatriz, para nos prestigiar.
Gratidão aos familiares que
também vieram!!
Conforme me ensinou
uma amiga aqui presente, a doutora Liana Melo, recebo tudo com amor e devolvo
com gratidão.
Sobre Universo Aberto, o
nome é autoexplicativo a obra é nosso primeiro livro solo. Antes, só havia participado
de antologias, e publicado nas páginas do Jornal O Progresso e nas redes
sociais. Trata-se de um livro feito com muito carinho. Poderia configurá-lo como um livro metafórico concebido
a partir da exploração dos nossos cinco identificados e conhecidos sentidos. Desconfio que somos dotados de mais uns três,
ainda não catalogados (rss), por meios
dos quais é possível interagir com o mundo ao nosso redor, num movimento de
troca, afinal, somos todos um.
Poderosa é a palavra, até no
silêncio. Uma palavra mata, mas também salva. Desperta
sentimentos, de amor e ódio, de construção e destruição. Desperta amor, e devoção e até mesmo a ingratidão.
Na história da humanidade
são assinaladas diversas revoluções, as quais mudaram ou influenciaram sobremaneira
a caminhada do homem sobre a Terra. A
cognitiva, a agrícola, a científica, a revolução industrial, para citar
algumas. No entanto, e conversava sobre isso recentemente com o confrade
Ribamar Silva, no meu entendimento a revolução mais importante que ocorreu
no mundo teve início quando integrantes de alguns grupamentos humanos,
numa visível tentativa de contar uma história, fizeram isso a partir de
inscrições nas paredes das rochas e cavernas. Aqui mesmo, na nossa
região, em Carolina, já foram encontradas algumas dessas inscrições que hoje
atraem turistas e estudiosos de várias partes do mundo. Quantas histórias não
estão ali encerradas, não é mesmo?
O País está cheio desses achados!
Acredito que foi a parti daí, do exercício
dos registros dos feitos nas rochas, e do exercício da compreensão daquilo ali
grafado, que surgiram os primeiros
escritores e os primeiros leitores, e o mundo não parou mais.
A humanidade passou a ser
conduzida pelo verbo, ou seja, a palavra em suas múltiplas versões ou
interpretações.
Hoje fala-se muito em tráfico de drogas, mas a
história registra que já houve trafico de palavras. Muitas palavras incendiárias, nascidas da
oralidade e inquietações humanas, ganharam o mundo costuradas em casacos, fardas
de soldados e outros esconderijos. Isso
aconteceu muito no movimento pela emancipação dos nossos irmãos negros nos
Estados Unidos.
A palavra mata, mas também
salva.
Mas, aqui estamos nós hoje
longe das cavernas, no entanto, de alguma maneira tentando, por meio da poesia,
do conto, da crônica, registrar nossa história na expectativa de que esta encontre
eco a partir de alguém que se interesse por ela, tente decifrá-la, e a partir disso, quem sabe também escrever e
contar a sua.
Muito já foi dito sobre a
palavra nos diversos gêneros literários. Mas quero encerrar evocando a
verdadeira poesia que é a abertura do evangelho de João. Ali é retratado um
pouco do poder dessa palavra que hoje manejamos a partir do que falamos, do que
escrevemos, do que ouvimos e do que lemos.
No começo aquele que
é a palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a
palavra estava com Deus. Por meio da palavra Deus fez todas as coisas, e nada
do que existe foi feito sem ela.
A palavra era fonte
da vida, essa vida trouxe a luz para todas as pessoas.
Como disse ao longo dessa
nossa fala, uma palavra mata, mas também salva e que mesmo no silêncio ela
exala e distribui poder, conforme é possível se extrair do texto sagrado,
escrito há mais de dois mil anos.
Que a palavra, a boa palavra
seja sempre cultivada, e fonte de vida, seja em qual for o formato, e que mude o
mundo, mude para melhor.
Muito obrigado!!