Ainda não é possível mensurar
os impactos, mas o Centro Cultural Tatajuba, que tem o patrocínio do Instituto
Cultural Vale, por meio da Lei Federal
de Incentivo à Cultura, e o apoio da Suzano, desde que se instalou em
Imperatriz, há pouco mais de um ano, tem cumprido um papel que ultrapassa o simples
fazer cultural. É que, além de apoiar as artes e os artistas locais, o
Tatajuba tem contribuído para formação e qualificação da mão de obra cultural
da cidade com a realização de diversos cursos/oficinas. São ações que fortalecem
a cadeia cultural e fomentam a chamada “economia criativa”
O conceito de economia
criativa engloba setores como arte, cultura, design e tecnologia e foi
concebido para promover o desenvolvimento econômico por meio da criatividade e
da inovação. É relativamente novo, surgiu na década de 1990, mas se popularizou
a partir de 2021, por meio de um relatório da UNCTAD, a Conferência das Nações
Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento.
Convencionalmente, a economia
criativa é implementada por meio de políticas públicas que incentivam o
empreendedorismo criativo com a formação de redes de colaboração e a
valorização da cultura e da diversidade local.
O terceiro setor, no qual se enquadram entidades como o Instituto Cultural
Tatajuba, tem contribuído muito nesse sentido.
O Centro Cultural Tajuba
trabalha com uma programação previamente gestada a partir da necessidade local,
por uma equipe especializada na formatação das atividades. Nesse sentido, são
oferecidas, gratuitamente, diversos cursos de atualização e qualificação. Da
culinária, passando pelo artesanato, até a formação de DJs, artistas plásticos,
elaboradores e gestores de projetos culturais. Sem falar no fomento ao teatro,
à dança e escrita criativa.
No último final de semana foi conhecida
uma nova turma de escritores na cidade, resultado de uma oficina de literatura
ministrada pela premiada escritora Lília Diniz, da Academia Imperatrizense de
Letras (AIL) O ápice da formação, foi um sarau poético onde foi apresentada uma
obra coletiva, com poemas e crônicas, da lavra da turma, formada
majoritariamente por jovens.
Sobre os novos escritores
Lília Diniz comentou: “Imperatriz gesta muitos talentos todos os dias. Essa
turma veio com anseios grandiosos e foi percebendo que já detinha muitas
ferramentas. Alguns, inclusive, já escrevendo muito bem. Nosso trabalho foi
fazê-los perceber que o mais importante é o exercício da escrita diária e da
leitura para a lapidação da escrita poética, desmistificar crenças que limitam
o processo criativo e acreditar no poder pessoal. Nesse sentido, o Centro Cultural Tatajuba contribui muito e
parteja poetas em potencial nesse nascedouro artístico que é Imperatriz”
Duas semanas antes da oficina
de Lília Diniz, o DJ e gestor de projetos culturais Gustavo Zubreu , veio de
Belo Horizonte, ministrar duas oficinas nas suas duas áreas de atuação.
A fundadora do Centro Cultural
Tatajuba, Solanda Steckelberg, ao
comentar a presença de Gustavo Zubreu na cidade, disse que entre tantos, essa é uma das missões do Tatajuba, contribuir
para formação de uma mão de obra cultural qualificada,
para que dessa forma surjam novos
centros culturais em Imperatriz e região; e além disso,
democratizar e ampliar o acesso à cultura com atividades que contemplem um público diverso, e de todas as idade.
Agora, em agosto, o Centro
Cultural Tatajuba se movimenta com cursos de balé clássico, dança
contemporânea, dança de rua, reggae e forró, capoeira, artesanato indígena e
técnicas gastronômicas a partir da mandioca.
Além disso, uma itinerância: a oficina de artesanato em couro, em
Ribeirãozinho, município exportador de couro wet blue, como é chamada a pele
bovina que sofreu processo de transformação no curtume. Ribeirãozinho abriga
pelo menos duas indústrias de processamento de couro para exportação.