Joyce Magalhães e Rodrigo Reis –
dominuto.com
Secretário
de Segurança revela como foi o sequestro de Pedro Paulo
A quadrilha era extremamente
organizada e a forma de comunicação do sequestro foi usada uma só vez no
Brasil, no estado do Paraná
Logo
após a apresentação dos três acusados do sequestro de Pedro Paulo, o secretário
de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, esclareceu várias
dúvidas como a questão do pagamento do resgate, cativeiro e mandantes do crime.
Inicialmente, o secretário agradeceu o empenho das polícias do Tocantins,
Maranhão e Pará, além do Ministério Público do Maranhão e Poder Judiciário.
O
secretário disse que o importante era dizer que a vida do menino foi preservada
e que desde o primeiro momento sabia onde o garoto estava cativo. Todavia, a
informação foi guardada em sigilo para que o menino pudesse ser libertado. “Nós
temos a consciência de que a vida é o mais precioso e somente a partir do
momento que ele foi solto é que efetivamos a operação e conseguimos prender
parte da quadrilha. A outra parte é questão de tempo”, revelou.
Durante
a coletiva, Aluísio Mendes novamente ressaltou que a polícia aguardou a
negociação ser feita para que pudesse efetivar a prisão dos criminosos. Ele
disse que quadrilha foi comandada por um elemento extremamente perigoso, com
mais de 10 mandados de prisão entre eles sequestro, assalto e homicídio. E este
elemento é procurado em todo o Brasil e que já foi identificado, todavia não
iria divulgar nome.
Planejamento - “O sequestro foi planejado por um
ex-funcionário do pai do menino, Jurandir Mellado”, disse o secretário. Em
seguida afirmou que o ex-funcionário além de idealizar o sequestro, convidou
bandidos perigosos para executarem o sequestro. “O sequestro tem algumas
nuanças muito características de uma quadrilha extremamente organizada, toda a
comunicação era feita via chip de memória , eles gravavam no chip de memória as
mensagens, então é uma forma de comunicação em crime de sequestro usada só uma
vez no Brasil no estado do Paraná e feita agora aqui no Maranhão”, revelou o
secretário de segurança.
A
outra forma de comunicação eram potinhos com bilhetes que eram deixados em
pontos específicos onde as pessoas ou o pai da criança eram comunicadas de que
havia um aviso em tal lugar. “Então era uma quadrilha muito bem organizada, bem
preparada, uma quadrilha extremamente perigosa e que graças a esse trabalho
extremamente técnico e profissional foi desmontada”, enfatiza o
secretário.
“Em
linhas gerais, nós já temos cinco presos, dois presos na cidade de
Marabá (que foram apresentados agora) , um preso na cidade de Imperatriz (que é
o ex-funcionário do senhor Jurandir, pai do menino Pedro) e mais dois foram
presos no TO , no local do cativeiro que estão nesse momento com a polícia do
TO sendo ouvidos. Nós temos ainda mais quatro mandados de prisão para serem
cumpridos e que já estão em efetivação. As polícias do TO, PA, MA e GO já
estão empenhadas na prisão desses quatro elementos , são três homens e uma
mulher que estão foragidos. É uma questão de tempo a prisão deles”, assegura
Aluísio Mendes.
Questionamentos da
imprensa ao secretário de segurança pública
Quanto em dinheiro
foi oferecido para os sequestradores?
“O
sequestro teve o preço de 500 mil reais, esse dinheiro foi integralmente pago
pela família e volto a frisar, foi um pagamento todo monitorado pela polícia.
Nossa preocupação era que o dinheiro fosse entregue e com isso o pequeno Pedro
Paulo fosse solto. Antes disso, nós nos asseguramos e pedimos provas de vida de
que ele estava vivo antes de conceder esse dinheiro, e a partir do momento que
tivemos toda a certeza de que ele estava vivo nós permitimos que o dinheiro
fosse pago, e monitoramos a quadrilha a partir do pagamento desse dinheiro.
Nós
conseguimos recuperar 100 mil reais, porque parte do dinheiro está dividido
entre os outros membros quadrilha, sendo um deles o principal elemento da
execução, que ainda está em liberdade, que levou 50% desse dinheiro”.
Em que momento os
sequestradores fizeram contato com a família?
“Os contatos foram feitos desde o primeiro momento do sequestro,
nós não divulgamos isso. A polícia usou isso como estratégia e é importante que
vocês entendam isso; em algumas investigações o sigilo é fundamental e a
policia tem que trabalhar com esse sigilo porque corre o risco de ter toda uma
investigação ficar comprometida se algumas informações vierem a público. Então
esse contato estava acontecendo de maneira frequente como disse pra vocês,
através de chips de memória, e através dessa forma de comunicação: potes com
esse sbilhetes eram abandonados em pontos estratégicos e era comunicado onde
eles estavam. Então nós estávamos omitindo esse detalhe pela necessidade de
manter o sigilo para preservar vida do Pedro Paulo”.
Como
essas informações foram diferenciadas dos inúmeros trotes?
A polícia tem uma maneira de
filtrar, justamente pela forma de comunicação de uma quadrilha extremamente
profissional que só se comunicava por meio do chip de memória ou por esses
bilhetes deixados nesses potes. Então qualquer outra informação que não chegava
por esses meio, era totalmente descartável.
Quais as condições do cativeiro?
“Nós vamos falar de maneira
genérica, por que os delegados continuam na investigação, como eu disse, ainda
existem pessoas que serão presas em breve, já estão com os mandatos de prisão
expedidos. O cativeiro era num pequeno povoado em uma área rural. No cativeiro
tinha sempre um dos sequestradores e uma mulher que levava alimentação e
cuidava do pequeno Pedro Paulo. Também já identificada e com a prisão
decretada”.
Quais as condições do cativeiro?
“Nós vamos
falar de maneira genérica, por que os delegados continuam na investigação, como
eu disse, ainda existem pessoas que serão presas em breve, já estão com os
mandatos de prisão expedidos. O cativeiro era num pequeno povoado em uma área
rural. No cativeiro tinha sempre um dos sequestradores e uma mulher que levava
alimentação e cuidava do pequeno Pedro Paulo. Também já identificada e com a
prisão decretada”.
Mais
informações do mandante do crime? – “A pessoa que organizou o sequestro
deu todas as informações sobre a vida do Jurandir, pai de Pedro Paulo, e
informou inclusive a restrição alimentar de que o menino tinha. Por isso, a
quadrilha teve inclusive essa preocupação afim de que o menino não viesse a
perecer durante o período no cativeiro”
“Quem deu
toda a informação sobre a vítima, que seria o pequeno Pedro Paulo, foi dado
como um ex-funcionário que foi demitido e montou outro negócio. E quem em algum
momento teve problema entre patrão e funcionário. Em função disso, já era uma
pessoa com histórico de violência, já tem alguns inquéritos por tentativa de
homicídio. Por conhecer a rotina da vida e as finanças do comércio do pai de
Pedro Paulo, tramou esse sequestro, inclusive dando o valor específico que
deveria ser cobrado, de que o pai do garoto tivesse condição de levantar
naquele pequeno espaço de tempo. Num primeiro momento foi ventilado um valor
maior, mas ele (ex-funcionário) disse que Jurandir não tinha condição de pagar.
Então, ele deu todas as informações, foi o grande responsável pela organização
do sequestro. Embora quem efetivou foi um bandido perigoso procurado em todo
Brasil”, finalizou o secretário Aluísio Mendes.