O mundo está cheio de
pensadores que em alguma ocasião falaram em tom solene sobre o caráter da
mudança. Uns no campo filosófico, outros com ênfase na educação. O insigne
educador brasileiro Paulo Freire ao raciocinar sobre o tema numa de suas obras
afirma, por exemplo, que “a educação não muda o mundo”. A educação, segundo
ele, na verdade muda as pessoas, que transformam o mundo.
De fato, está mais do que
provado o poder da educação no processo de mudança, seja subjetiva ou
objetivamente; oriunda do processo acadêmico ou da observação e apreensão natural dos fenômenos da
natureza.
Imperatriz tem passado por
significativas mudanças em cada um dos seus ciclos tão decantados por seus
historiadores. Do sumo dos ciclos do arroz, da Madeira, do Ouro, do comércio e
dos serviços, a cidade pode extrair o positivo e o negativo nos campos
econômico e social.
Nos últimos anos a cidade
começou a trilhar uma nova vertente de desenvolvimento paralela com o crescimento
econômico carreado pela vinda de grandes empresas, como a indústria de celulose
Suzano : o aumento do capital intelectual,
fenômeno ainda pouco percebido, mas que pode mudar de patamar a vida da cidade
consolidando-a como um verdadeiro polo do conhecimento.
Ao se referir ao ensino
publico presencial representado pela UEMA, UFMA, IFMA já são cerca de 20 cursos superiores em funcionamento em
Imperatriz. Somados aos cursos da
iniciativa privada a cidade abriga hoje, fora
os EAD ( Ensino á Distância) cerca de 60 cursos superiores que por uma
exigência legal necessitam para compor o
quadro de docentes, de mestres e doutores.
Essa quantidade de cursos
tem atraído também mentes de outras regiões do Brasil, tanto por meio de
concursos quanto por meio de contratações privadas.
Orgulhosamente hoje é
possível afirmar que é cada vez maior o número de pessoas da cidade, dos
diversos campos do saber e com vocação para pesquisas, que tem procurado se
qualificar, algumas até no exterior. Antes o alvo era pelo menos a conclusão do
ensino médio. Hoje, além da graduação o alvo são as especializações, os
mestrados os doutorados. Ninguém quer ficar para trás. A estimativa é de que
Imperatriz tenha hoje pelo menos 80
doutores. Só no campus da UFMA, conforme a direção daquela instituição de
ensino, são mais de 60 professores com
doutorado.
Com o advento do Curso de
Medicina da UFMA que começou a funcionar, novos mestres e
doutores aportam na cidade. Os aguardados cursos
de Medicina da Faculdade de Imperatriz e da Universidade Ceuma , que ainda lutam pela
autorização do Ministério da Educação, também contribuirão com o aumento desse
crescente capital intelectual.
A área da saúde é apenas um elo desse novo ciclo do
desenvolvimento que começa a nascer em Imperatriz: o do desenvolvimento
cientifico.
Há poucos meses com a
presença do então ministro de Ciência e Tecnologia Antônio Raupp, foi inaugurada uma
Unidade de Preparação e Caracterização de Materiais e Biocombustíveis, laboratório onde serão realizadas pesquisas do Programa de Mestrado em Ciências dos
Materiais que certamente incluirá Imperatriz na rota das
pesquisas de alto nível.
O ex- diretor da UFMA em Imperatriz, o jornalista Marcos Fábio Belo Matos, doutor em
Linguística e Língua Portuguesa, pela UNESP de Araquara (SP), se mostra
otimista com esse novo rumo desenvolvimentista da cidade. Ele entende que “os doutores trazem a
ampliação do universo da pesquisa, da extensão, produzem conhecimento local, amplificam
o olhar crítico e fazem a cidade crescer intelectualmente”.
Já
o economista Enéas Rocha, doutor em Desenvolvimento Sustentável, doutorado que
foi buscar em Belém (PA) na UFPA, acredita que esse processo de ebulição educacional
pelo qual passa a cidade em médio prazo trará grandes benefícios à região com a
sobressalente melhoria no ensino superior, e do estimulo á pesquisa. Doutor em
desenvolvimento regional, o administrador de empresas e hoje vereador, Esmerahdson de Pinho, diz não
restar mais dúvida que a cidade hoje é um grande polo educacional e caminha
para se tornar polo de desenvolvimento científico o que, avalia ele, além de aumentar o capital intelectual, trará melhorias na formação do material humano
e fomento à produção científica.
Diante dos olhos de todos, portanto, a pacificação
do ensinamento de Paulo Freire de que a educação muda as pessoas que
podem transformar o mundo, no caso transformar Imperatriz.
Bem vindos,
mestres, bem vindo doutores!