Desvio de R$ 73 milhões foi considerado a maior
fraude da história da Caixa; dois estão presos
Lailton
Costa - Especial para o Estado
Palmas -
A Polícia Federal está à procura mais quatro envolvidos na no desvio de R$
73 milhões da Caixa Econômica Federal. E busca identificar os titulares de
aproximadamente 200 contas suspeitas de terem movimentado o recurso desviado a
partir da agência do banco público de Tocantinópolis (TO). O crime é
condiderado pela Caixa como a maior fraude a que o banco já foi alvo.
O
delegado federal Omar Pepow, responsável pela investigação, afirma que além dos
quatro mandados abertos contra suspeitos em Goiás, São Paulo e Maranhão outros
pedidos de prisão devem surgir a partir da identificação dos titulares de 200
contas que movimentaram recursos do golpe em valores menores.
Segundo o
delegado, a partir da quebra do sigilo bancário, a CEF já identificou até o 12º
nível de transações bancárias do recurso. Destas contas, aquelas que receberam
valores entre R$ 350 mil e R$ 3,5 milhões serão o alvo da apuração nesta nova
fase.
Pepow
alerta, porém, que pode haver dificuldades em realizar novas prisões. Ele
acredita que há pessoas e empresas fictícias na história. "É uma quadrilha
que atua no País inteiro e é preciso superar sutilezas como empresas fantasmas
e o que é personagem fictício ou não", disse. O delegado lembrou que o
titular da primeira conta, aberta em Tocantinópolis para receber os R$ 73
milhões do falso bilhete premiado da Mega-Sena, usou certidão de nascimento e
identidade falsas.
Recursos.
Ele
também acredita que os advogados dos envolvidos devem tentar a revogação dos mandados
de prisão, o que pode impedir novas detenções.
Entre os
alvos está um suposto procurador de uma empresa transportadora com endereço em
São Luiz (MA). De acordo com o delegado, em uma conta em nome dessa empresa
teriam transitado R$ 42 milhões do dinheiro do golpe. "Sabemos o endereço
e o CNPJ da empresa, mas ainda investigamos se esse procurador não é falso, se
a empresa realmente existe e se os proprietários estão envolvidos",
ressalva.
O
suplente, preso desde sábado na Casa de Prisão Provisória de Araguaína, a 368
km de Palmas, nada revelou em seu depoimento. Ele optou por permanecer em
silêncio, segundo o delegado.