Por Marco Aurélio
D'Eça
www.marcoaureliodeca.com.br
Ao
cortar o ponto dos professores em greve no município de Imperatriz, prefeito
tocou na ferida de um assunto constrangedor para gestores: tomar atitudes
antipáticas, que possam representar desgaste. Mas também expõe a indústria das
greves, que ajudam categorias de vários profissionais a ter até quatro férias
por ano
Ao tomar a decisão de
cortar o ponto dos professores em greve no município de Imperatriz, o prefeito
Sebastião Madeira (PSDB) fez um gesto que pode dar novos rumos ao debate sobre
greve e direito de greve no Maranhão.
Os gestores
públicos são, em sua maioria, reféns de sindicatos e associações de
servidores, que se utilizam do direito de greve para pressionar por
melhores salários – e muito poucas vezes, por melhores condições de trabalho.
Isso se repete nas esferas
municipal, estadual e federal.
Ocorre que, os
sindicatos não têm o controle do grosso de cada categoria, e muitos
profissionais se aproveitam da decretação da greve para curtir a vida
intensamente ou resolver problemas nos dias em que estão parados.
Poucos, muitos poucos,
se mobilizam de fato, pelo movimento.
E a maior prejudicada é
sempre a população, que fica sem o serviços necessários ao andamento do seu dia
a dia.
E foi bom que a decisão
antipática – mas correta, diga-se – tenha sido tomada por um prefeito da
oposição, ligado politicamente aos grupos que se fortalecem com a política
sindical. Desta forma, ninguém poderá dizer que o blog está “defendendo seus
patrões”, ou que o blog “defende os aliados políticos”.
A decisão de Madeira
preservou o direito do cidadão à Educação, simplesmente, forçando os
profissionais a retomar o trabalho.
No caso específico de
Imperatriz, há casos de diretores de escolas, em greve, que passam dias nas
praias de São Luís enquanto suas escolas anunciam no site do sindicatos que
estão paradas em greve.
Muito provavelmente, foi
por causa destes oportunistas que se aproveitam da paralisação, que o prefeito
tomou a decisão – acertada, diga-se passagem – de cortar o ponto de todos e não
pagar o salário de junho.
Madeira inaugurou um
debate importante: ate que ponto os servidores estão usando as greves
decretadas pelos seus sindicatos em proveito de suas reivindicações?
E este debate é que
precisa ser discutido a partir de agora…